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Temos à vista um retrocesso, mas um retrocesso estratificado na Saúde, diz médica sanitarista
Lígia Bahia é a médica e professora que está sendo acionada judicialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), após criticar a conduta da entidade durante a pandemia
Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados
Médica sanitarista, Lígia Bahia vê com preocupação o caminho que a Saúde vem tomando no mundo. Como exemplo, ela citou a nomeação de Robert Kennedy como secretário de Saúde nos Estados Unidos (o que equivale a ministro no Brasil). A escolha foi alvo de críticas de comunidades científica e política norte-americanas pelo histórico de declarações negacionistas e a falta de experiência do agora secretário na área.
“Eu vejo muita preocupação, principalmente no momento que a gente tem que falar sobre mudanças climáticas, sobre a próxima pandemia. A gente tem aí um conjunto de dilemas, de problemas, que a gente precisa resolver e ter uma orientação científica. É claro que não é só a ciência, a gente sabe disso, há outros processos de decisão, a gente não está querendo impor autoritariamente a ciência, mas a ciência nos ajuda”, disse Lígia Bahia em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (17).
Segundo Lígia, Robert Kennedy já se posicionou, por exemplo, contra o processo de adicionar flúor na água para consumo humano, medida que reduz a prevalência de cárie dental entre 50% e 65%. Para ela, posicionamentos como esse significam um retrocesso.
“Hoje a cárie praticamente é uma doença em extinção. Então é uma vitória da humanidade. Retroceder significaria o quê? significa que poucas pessoas [teriam acesso]. Não é democrático, as pessoas ricas podem ter tratamento dentário o tempo todo. É realmente muito grave. Eu diria assim, a gente têm à vista um retrocesso, mas é um retrocesso estratificado, não afeta a todos igualmente, prejudica extremamente mais os mais pobres, os mais vulneráveis”, concluiu.
Lígia é a médica e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que está sendo acionada judicialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), após criticar, em uma entrevista, a posição da entidade em relação à vacinação contra a Covid-19 e o uso de cloroquina durante a pandemia. O CFM pede que a médica pague uma indenização de R$ 100 mil, além de se retratar e não fazer novas manifestações semelhantes. Associações e sociedades médicas vêm declarando apoio a Lígia.
Confira a entrevista na íntegra:
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