
Home
/
Notícias
/
Rádio Metropole
/
Paulo Nogueira Batista Jr.: O que está em jogo na Venezuela é geopolítica disfarçada de preocupação com democracia
Rádio Metropole
Paulo Nogueira Batista Jr.: O que está em jogo na Venezuela é geopolítica disfarçada de preocupação com democracia
Ex-presidente executivo do FMI, Paulo Nogueira Batista Jr foi entrevistado na Rádio Metropole nesta terça-feira (6)

Foto: Reprodução/Youtube
O histórico de sanções políticas e as eleições na Venezuela foram abordados pelo economista Paulo Nogueira Batista Jr. em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar nesta terça-feira (6). Ex-presidente executivo do FMI (Fundo Monetário Internacional) e vice-presidente do banco dos Brics, Nogueira acredita que o que acontece hoje com o país vizinho é uma questão fundamentalmente de geopolítica.
“Vejo com muitos bons olhos o fato de brasileiros estarem mais atentos do que está em jogo. O que está em jogo é geopolítica fundamentalmente, disfarçada de outras coisas, de preocupações hipócritas com Direitos Humanos, preocupações hipócritas com democracia. E o Brasil não pode ficar fora dessa disputa geopolítica”, avaliou o economista.
O economista destacou ainda que as sanções impostas pelos Estados Unidos e por países europeus à Venezuela contribuíram para a deterioração econômica e social do país, assim como aconteceu com outras nações médias e pequenas que também passaram por essas limitações, como é o caso de Cuba.
“As sanções fazem um estrago enorme. Não estou dizendo que a gestão econômica financeira da Venezuela e de outros países que sofrem sanções tenha sido uma maravilha e que a crise que eles estão vivendo tenha acontecido devido apenas às sanções, mas elas têm um peso muito grande na deterioração econômica e social. Isso, às vezes, nem é mencionado na mídia tradicional quando se fala de Venezuela. As reservas de ouro do país foram bloqueadas em Londres. É um nosso escandaloso que se fez com a Venezuela”, disse.
Apesar disso, Nogueira não tem dúvidas de que hoje o apoio que o país recebe da Rússia e principalmente da China acabam inibindo ações mais contundentes dos Estados Unidos. “[Porque] Os americanos sabem que a Venezuela tem alternativas importantes. E o Brasil também tem que ser uma alternativa. Vamos ficar aqui à distância, enquanto nossos parceiros do Brics se aproximam mais e mais da Venezuela, um vizinho tão importante. Creio que Lula não vai cometer esse erro”, afirmou.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.