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Fala de Bruno Reis sobre leilão de área verde na Barra foi tiro no pé, avaliam aliados do prefeito
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Empresa que ganhou concessão da orla de Salvador pertence ao 'Rei da Praia' do Rio de Janeiro
Grupo carioca já controla 309 quiosques na costa da capital fluminense e agora terá o monopólio da exploração comercial à beira-mar entre a Boca do Rio e Piatã
Foto: Danilo Puridade/Metropress
Vencedora da disputa pela concessão dos quiosques e tendas que serão instaladas entre as praias da Boca do Rio e Piatã, trecho hoje sob obras de requalificação tocadas pela prefeitura de Salvador, a Orla Villa Lobos Administração de Mobiliário Urbano é controlada pelo empresário João Marcello Barreto, conhecido como o "Rei da Praia" do Rio de Janeiro. Na capital fluminense, João Marcello detém o monopólio de exploração até 2030 de 309 quiosques instalados entre o Leme, na Zona Sul do Rio, e o Pontal, situado na Zona Oeste, por meio da Orla Rio, outra empresa que pertence ao grupo Orla Brasil, fundada por João Barreto Costa, pai de João Marcello.
Longo domínio
Pelo contrato fechado com a Secretaria de Obras Públicas de Salvador, a Orla Villa Lobos terá os direitos de explorar comercialmente por 30 anos até 34 quiosques e 70 tendas que serão construídos e instalados pela empresa nos 3,5 quilômetros definidos no edital de concessão. Em contrapartida, o grupo carioca aceitou pagar à prefeitura de Salvador R$ 950 mil por ano. Assim como no Rio de Janeiro, onde o "Rei da Praia" fatura em média cerca de R$ 2 milhões por mês, o negócio também gerou polêmica, por permitir o monopólio do comércio de praia em um trecho cobiçado da orla da capital baiana durante três décadas. Isso, é claro, se não houver prorrogação do prazo de vigência previsto na licitação.
O que será que será?
O principal ponto de críticas ao contrato tem relação com o futuro dos barraqueiros que sobrevivem atualmente do comércio de praias como a dos Artistas, do Corsário, Pituaçu, Patamares, Jaguaribe e Piatã. Eles temem que o domínio da concessionária se estenda por toda a faixa de areia na região. No Rio de Janeiro, o empresário João Marcello conseguiu ainda os direitos exclusivos de fornecer gelo e bebidas, entre outros artigos, às barracas de praia abrigadas na área controlada por ele.
Boca de espera
Os dados cadastrais na concessionária junto à Receita Federal mostram que o grupo administrado pelo "Rei da Praia" já estava de olho no mercado de Salvador. Isso porque a vencedora da concessão fundou a Orla Villa Lobos em junho de 2022, em meio ao processo de desapropriação de imóveis entre a Boca do Rio e Piatã e poucos meses antes do início das obras de requalificação da chamada Nova Orla Atlântica da cidade. Em outubro do ano passado, o empresário fundou também a Orla Salvador. Em comum, todas possuem o mesmo endereço: Estrada do Joá, número 3.336, Rio de Janeiro. Além de Salvador e Rio, o grupo atua também em Maceió e Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina.
Topo da lista
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) divulgou nesta sexta-feira (28) a primeira lista de blocos afro e afoxés que vão receber patrocínios diretos da pasta. O ranking é liderado pelos Filhos de Gandhy, com repasse de R$ 350 mil. Na sequência, aparecem Malê Debalê (R$ 300 mil), Olodum e Ilê Aiyê (R$200 mil), Didá e Muzenza (R$ 150 mil) e Cortejo Afro (R$ 100 mil). Na rabeira, estão as Filhas de Gandhy e A Mulherada, ambos com R$ 80 mil.
De volta para o futuro
Pelo visto, a inauguração da Nova Rodoviária de Salvador, prometida a princípio para 2022, ainda deve demorar um tantinho. Isso porque, a pedido da NTRS, empresa responsável pela gestão do futuro terminal, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) concedeu a prorrogação do prazo de validade da licença ambiental relativa à construção do equipamento para 29 de janeiro de 2027. Há cerca de um mês, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) revelou publicamente suas insatisfações com os sucessivos atrasos da obra.
Ponto de interrogação
Após o Ministério Público do Estado (MP) oferecer à Justiça a denúncia da Operação El Patrón contra o deputado estadual Binho Galinha (PRD), acusado de chefiar uma milícia envolvida em extorsão, agiotagem, receptação de mercadoria roubada e lavagem de dinheiro do jogo do bicho na região de Feira de Santana, a dúvida que ronda os corredores da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) é se o Conselho de Ética da Casa vai, enfim, analisar um eventual processo de cassação do parlamentar.
Existe, mas não funciona
Ano passado, o Conselho de Ética da Alba chegou a ser instalado por pressão da imprensa. De lá para cá, entretanto, nada fez. Usava como desculpa o fato de que Binho Galinha sequer havia sido denunciado formalmente à Justiça. Agora não há mais o que justificar.
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