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Polêmica dos leilões: prefeitura abre nova rodada com 30 terrenos e áreas verdes em Salvador
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Prédio tombado pelo Iphan corre risco de desabar e causar nova tragédia no coração do Comércio
Fachada de imóvel histórico erguido em estilo eclético no cruzamento das ruas Pinto Martins e Portugal está prestes a ruir; laudo da Codesal comprova risco iminente de desabamento
Foto: Divulgação
Um prédio de cinco pavimentos localizado no Comércio, na esquina das ruas Pinto Martins e Portugal, está à beira de provocar uma nova tragédia envolvendo bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Salvador. O imóvel em estilo eclético de cinco pavimentos construído em 1936 foi o mesmo onde funcionou, por décadas, a loja A Lâmpada, especializada na venda de materiais elétricos e de iluminação. Nos últimos anos, contudo, o edifício hoje completamente abandonado vem sofrendo intenso processo de degradação e pode desabar a qualquer momento, colocando em perigo centenas de pessoas que circulam todos os dias pela região.
Papel passado
Os riscos foram apontados em laudo de uma vistoria técnica realizada em setembro do ano passado pela Defesa Civil de Salvador (Codesal). "Imóvel em estado de degradação, com sujidades e pequenas vegetações na fachada. Trecho do adorno superior do último pavimento apresenta fissuras, com risco iminente de desabamento, podendo atingir transeuntes", detalhou a Codesal, ao recomendar que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) solicite autorização do Iphan para remover a parte ameaçada de ruir.
(Área de edifício foi isolada pela Codesal devido a perigo de desabamento - Divulgação)
Contenção de danos
Contactado pela Metropolítica, o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo, confirmou o teor do relatório elaborado por engenheiros do órgão e disse que a alta possibilidade de desabamento levou a Defesa Civil a isolar o acesso à área do prédio com tapumes metálicos para impedir que as pessoas circulem na zona de perigo. Ao mesmo tempo, acrescentou Macêdo, foi necessário interditar o tráfego em metade da Rua Pinto Martins, pista que desemboca diretamente na Ladeira da Montanha, para tentar evitar uma tragédia de grandes proporções em uma região também conhecida pelo alto fluxo de turistas.
(Imagem mostra fachada em processo de inclinação na Rua Pinto Martins - Divulgação)
Queda anunciada
Fotografias encaminhadas por leitores que trabalham nas imediações do prédio indicam que as medidas adotadas pela Codesal podem não ser suficientes para afastar o risco à vida das pessoas. As imagens mostram a fachada já inclinada para frente, com rachaduras e ferragens aparentes. De acordo com engenheiros consultados pela coluna, um eventual desabamento atingiria imóveis situados no lado oposto da Pinto Martins. No laudo de vistoria, a Defesa Civil atribuiu o processo de degradação do edifício à falta de manutenção. A Codesal garantiu ter alertado o Iphan e notificado o proprietário do prédio, de prenome Roberto, mas disse que nada foi feito por ambos até o momento para resolver o problema.
Crista da onda
As atenções em torno do péssimo estado de conservação de bens tombados na cidade cresceram desde o último dia 6, a reboque da queda do teto da Igreja da Ordem Primeira de São Francisco, conhecida como "Igreja de Ouro", localizada no Pelourinho. Na ocasião, uma turista de 26 anos morreu e outras cinco ficaram feridas. Há cerca de uma semana, o telhado de um casarão de propriedade do Grupo Aliança da Bahia desabou, elevando ainda mais os riscos de acidente grave na Travessa Santa Bárbara, a poucos metros da Cidade da Música da Bahia, da Casa das Histórias de Salvador e Arquivo Público Municipal, do Elevador Lacerda e do Mercado Modelo.
Ouro de tolo
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) costuma atrelar os leilões de áreas verdes e terrenos na cidade à possibilidade de investir os recursos obtidos com a alienação de imóveis do Município em obras, projetos e programas de interesse coletivo. Pois bem! Não parece ser o caso da venda do terreno onde funcionava a sede e o pátio da Transalvador, nos Barris, arrematado em 2019 pelo Grupo Ferreira Costa por R$ 40 milhões. Entretanto, a Transalvador passou a pagar aluguel de R$ 160 mil mensais pelo edifício que abriga a nova central do órgão, o Comercial Camará 2, na Rua Alceu Amoroso Lima, Caminho das Árvores, em frente ao Shopping Salvador. Em cinco anos, prazo previsto no contrato de locação, a prefeitura vai gastar com aluguel quase R$ 10 milhões, ou seja, um terço da soma arrecadada com o leilão da antiga sede da Transalvador, sem considerar as correções monetárias do período.
Olho no lance
No último dia 14, a Metropolítica noticiou em primeira mão a abertura, em 30 de janeiro, de um novo pacote de leilões composto por 30 áreas verdes e terrenos. Como os dados sobre a venda dos imóveis ainda não foram atualizados pela Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) em seu portal de transparência, ainda não foi possível saber quantos deles já foram arrematados ou tiveram o leilão fracassado por falta de interessados no negócio.
Hora da verdade
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a próxima sexta-feira (21) o início do julgamento sobre a validade do terceiro mandato do deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) como presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Adolfo foi afastado por determinação do ministro do STF Gilmar Mendes em 10 de fevereiro, apenas uma semana após ter sido reeleito pela segunda vez para o comando da Casa. Além de Gilmar, que concedeu liminar em mandado de segurança impetrado pelo deputado estadual Hilton Coelho (Psol) contra a permanência de Adolfo à frente da Alba, a Segunda Turma da Corte é composta também por Dias Toffoli, Nunes Marques, André Mendonça e Edson Fachin, atual presidente do colegiado.
E agora, Ivana?
Caso o Supremo decida derrubar Adolfo Menezes do cargo em caráter definitivo, a expectativa entre parlamentares da base aliada e da oposição gira em torno da postura que a presidente em exercício da Assembleia, Ivana Bastos (PSD). Trocando em miúdos, a dúvida é se a deputada convocará novas eleições ou aproveitará a omissão do regimento Interno da Casa sobre o rito em caso de vacância da presidência do Legislativo estadual para se manter no poder.
Me inclua fora dessa
Antes de virarem febre em Salvador, as patinetes elétricas entraram no radar da Tembici, empresa que gerencia o maior sistema de bicicletas compartilhadas da América Latina, incluindo a rede Bike Itaú, presente na capital baiana e em outras nove grandes cidades do Brasil. Ao tomarem pé do histórico de acidentes envolvendo o uso de patinetes, já proibidas em metrópoles como Paris e Madri, os executivos da Tembici acharam prudente desistir da ideia.
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