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Fala de Bruno Reis sobre leilão de área verde na Barra foi tiro no pé, avaliam aliados do prefeito

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Por Jairo Costa Júnior

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Fala de Bruno Reis sobre leilão de área verde na Barra foi tiro no pé, avaliam aliados do prefeito

Para integrantes da oposição, declaração de que a encosta arrematada por R$ 16 milhões não servia para nada municiou críticas de adversários e especialistas sobre o avanço do concreto em espaços essenciais para o meio ambiente

Fala de Bruno Reis sobre leilão de área verde na Barra foi tiro no pé, avaliam aliados do prefeito

Foto: Reprodução/Google Street View

Por: Jairo Costa Jr. no dia 22 de fevereiro de 2025 às 06:00

Aliados do prefeito Bruno Reis (União Brasil) acham que ele atirou no próprio pé ao defender o leilão de uma área verde de encosta localizada na orla da Barra, em frente ao Clube Espanhol, como parte dos 30 imóveis colocados à venda recentemente pela prefeitura da capital. Confrontado na última quarta-feira (19) com críticas ao negócio, durante o anúncio sobre a ida da vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) para a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Bruno Reis minimizou a importância da área para o meio ambiente e disse que ela "não servia para nada". "Penso que o prefeito teria formas mais adequadas para fazer a defesa do leilão. Dizer que aquela encosta coberta de vegetação não prestava certamente foi a pior saída. Basta ver a enxurrada de repercussões negativas sobre a fala dele nas redes sociais e na imprensa", pontuou um integrante graduado do Palácio Thomé de Souza.

Bola fora
Em conversas reservadas, lideranças do União Brasil consideram também que Bruno Reis errou a mão ao justificar o leilão da área verde sob a lógica da arrecadação tributária e do aumento da receita da prefeitura. Ainda na quarta passada, o prefeito alegou, sem explicar muito bem como, que a venda do terreno renderia apenas este ano mais de R$ 50 milhões ao cofres do município, sendo R$ 16 milhões obtidos com a venda do terreno, arrematado por mais que o triplo do lance inicial de R$ 4,95 milhões, e o restante em IPTU e ITIV. "A população não assimila bem esse papo de gerar mais imposto. Pelo contrário, rejeita. Ninguém gosta de imposto. Mesmo que você diga que vai investir nisso ou naquilo para os mais pobres, a imensa maioria dos cidadãos não crê em discurso como esse. Antes tivesse dito que o objetivo era criar emprego com a construção de um empreendimento ali", argumentou um parlamentar influente do partido.

Maré contrária
"A questão ambiental ganha proporção cada vez maior na agenda da sociedade, e é hoje o calcanhar de Aquiles do prefeito. Há críticas enormes ao avanço dos espigões na orla. Com a fala dele, Bruno só fez dar munição aos adversários, especialistas e grupos que se opõem ao processo de verticalização na faixa costeira da cidade. Era necessário ter mais cautela ao abordar em público a questão de leilões que envolvem áreas verdes. Sem falar na forma com a qual ele se posicionou junto à imprensa, usando um tom acima do ideal, típico de quem pegou ar, como se diz no popular", citou outro deputado com assento na Direção Estadual do União Brasil, ao destacar as declarações do prefeito sobre a venda da encosta na Barra.

Dito e feito
As avaliações feitas por aliados do prefeito encontraram eco na posição de especialistas. Entre os quais, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA), Tiago Brasileiro. Em entrevista concedida nesta sexta-feira (21) ao apresentador Mário Kertész, da Rádio Metropole, Brasileiro disse que a fala na qual Bruno Reis diz que a área verde leiloada não tem qualquer serventia demonstra a inexistência da visão "de uma cidade sustentável" por parte da prefeitura. "Aquela é uma encosta com vegetação, arbórea e arbustiva, inclusive, com espécies de restinga. É um espaço de escape, de fôlego para o Carnaval, uma área que traz identidade paisagística e urbanística para a nossa cidade. São áreas permeáveis que garantem a permeabilidade das águas pluviais e, portanto, minimizam ocorrências de alagamentos, ainda mais numa área onde a declividade é acentuada", salientou Brasileiro.

Adeus, presidência!
Afastado da presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) desde o último dia 10 por determinação do Supremo Tribunal Federal, Adolfo Menezes (PSD) já avisou a interlocutores próximos que não vai recorrer caso a Segunda Turma da Corte mantenha o entendimento contrário ao seu terceiro mandato no comando da Casa. O julgamento do colegiado sobre a ação proposta pelo deputado Hilton Coelho começou nesta sexta e tem prazo final de conclusão em 28 de fevereiro. "Na verdade, ele já tem certeza absoluta que será derrotado e disse que não fazia sentido gastar dinheiro com advogado em uma causa já perdida. Também deixou claro que não assumirá vaga em tribunal de contas, como foi especulado, e que vai concorrer de novo para deputado estadual em 2026", confidenciou um parlamentar muito ligado a Adolfo.

Sinal de interrogação
Caso as previsões de Adolfo Menezes se confirmem, a dúvida entre líderes da base governista e da oposição é como a presidente interina da Alba, Ivana Bastos (PSD), eleita primeira vice da Casa, se comportará. Mais especificamente se convocará ou não nova eleição para a presidência da Assembleia. Segundo apurou a Metropolítica, a procuradoria jurídica da Casa se manifestou contra a sucessão suplementar, já que o Regimento Interno da Alba é omisso em relação à vacância do cargo. "Talvez Ivana considere realizar a disputa como forma de ter maior legitimidade no posto, mas ela não tem dito absolutamente nada em relação a isso", ressaltou um deputado da bancada do PSD.

Low profile
Por enquanto, Ivana Bastos adotou uma postura discreta como presidente interina da Alba. Continua despachando no gabinete da primeira vice-presidência, manteve todos os quadros da diretoria nomeados por Adolfo Menezes e focou a gestão nos atos estritamente necessários ao andamento dos trabalhos no Legislativo estadual. Aos pares, a deputada sinalizou que só vestirá o figurino de presidente após o Supremo referendar em definitivo o afastamento de Adolfo.

Ciranda, cirandinha
Os vereadores Alberto Braga (União Brasil) e Luiz Carlos (Republicanos) foram formalmente nomeados nesta sexta-feira para o alto escalão da prefeitura da capital. O primeiro vai dirigir a Secretaria de Inovação e Tecnologia. O segundo reassume a pasta de Infraestrutura e Obras Públicas. Com isso, seus respectivos suplentes, o ex-vereadores Palhinha (União Brasil) e Beca (Republicanos), já preparam o terno para retornar à Câmara Municipal na segunda-feira (24).

Pulo de cerca
Um dos quadros do União Brasil eleitos na sucessão municipal de 2024, o prefeito do Conde, Anísio Madeirol, está perto de virar a folha e ingressar na base aliada ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), no rastro do movimento de debandada de lideranças alinhadas ao bloco da oposição no interior baiano. Membro da tradicional família Madeirol, que tem forte domínio político na cidade do Litoral Norte, Anísio era tido até então como um dos mais leais aliados do ex-prefeito ACM Neto na região.