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Caciques do PSDB na Bahia garantem que partido caminha a passos largos para se unir ao PSD

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Por Jairo Costa Júnior

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Caciques do PSDB na Bahia garantem que partido caminha a passos largos para se unir ao PSD

Tucanos escalaram o deputado baiano Adolfo Viana para comandar as negociações voltadas a unir as duas siglas; acordo respinga na aliança com o União Brasil no estado

Caciques do PSDB na Bahia garantem que partido caminha a passos largos para se unir ao PSD

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Por: Jairo Costa Jr. no dia 10 de fevereiro de 2025 às 11:04

Atualizado: no dia 10 de fevereiro de 2025 às 11:11

Líderes do PSDB e do PSD na Bahia garantem que as conversas entre os dois partidos, com horizonte na eventual fusão ou montagem de uma nova federação partidária, avançaram bastante nos últimos dias e elevaram as chances de acordo no futuro próximo. Embora os tucanos tenham intensificado o diálogo também com o Republicanos, que também manifestou interesse na unificação, parlamentares do PSDB disseram de modo reservado que a parceria com o PSD é a atual prioridade da legenda. "Se tudo correr bem, sem entraves, é muito provável que a gente bata o martelo já em março ou no mais tardar em junho", estimou um parlamentar com assento no Diretório Estadual da sigla.

Linha de frente 
Segundo apurou a Metropolítica, o deputado federal baiano Adolfo Viana, líder da federação formada pelo PSDB e o Cidadania na Câmara, assumiu o comando das negociações junto à cúpula do PSD, diante do cerco da Polícia Federal (PF) contra o presidente nacional do partido, Marconi Perillo. Ex-governador de Goiás por quatro vezes, Perillo é protagonista de uma operação desencadeada pela PF para apurar supostos desvios de verbas na Saúde de 2012 a 2018, durante suas duas últimas gestões. Na quinta-feira (06), foi alvo de busca e apreensão em endereços ligados a ele em Goiânia.

Medida certa
" A escolha não foi à tôa. Adolfo é hoje um dos parlamentares mais influentes do PSDB, tem passe-livre da Executiva Nacional do partido e possui um perfil discreto, avesso aos holofotes da imprensa, características importantes para quem vai tocar uma negociação dessa ordem. Caberá a ele modular o melhor acerto e demover os últimos entraves, mas é majoritário o desejo dentro do PSDB por fechar com o PSD, devido ao tamanho dele e a expressão que tem ", disse uma liderança influente da legenda, ao citar os 59 deputados federais, 15 senadores e 891 prefeitos do PSD. 

Vida ou morte
Internamente, os caciques tucanos estão convictos de que a sobrevivência do partido depende da unificação com uma legenda de expressão no Congresso. Por duas décadas, o PSDB foi o principal polo de poder dentro campo da direita e dividia com o PT a preferência do eleitorado na corrida presidencial e em parte dos estados, mas desde a derrota do hoje deputado federal Aécio Neves na disputa com a então presidente Dilma Rousseff em 2014, perdeu gradativamente influência para outras siglas. Atualmente, conta com apenas 13 deputados, três senadores e 276, número muito menor do que o conquistado pelo PSDB nos anos áureos.

Dupla face
O possível acordo com o PSD tem impacto direto sobre os rumos do PSDB na Bahia, estado onde o partido integra o bloco de oposição ao PT. Isso porque o PSD faz parte da base do governo Jerônimo Rodrigues e caminha nesse sentido para o duelo com o União Brasil em 2026 pelo Palácio de Ondina. De acordo com fontes do tucanato baiano, a aliança não atingiria, a princípio, a posição do PSDB na Câmara Municipal de Salvador, onde os cinco vereadores da sigla - incluindo o presidente da Casa, Carlos Muniz, compõem o arco de sustentação do prefeito Bruno Reis (União Brasil) e pretendem permanecer no mesmo lado. 

Dança da solidão
Já em relação à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o cenário é bem diferente, e o PSDB deve aderir ao governo Jerônimo caso o partido se una ao PSD. Os tucanos possuem três deputados estaduais na Alba. Dois deles - Paulo Câmara e Jordávio Ramos - não se opõem, em tese, ao acordo. Postura diferente do terceiro nome da bancada, Tiago Correia, aliado de primeira hora do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil). A interlocutores próximos, Correia adiantou que sua permanência no PSDB ficará insustentável se, por causa da unificação com o PSD, for proibido de fazer campanha para Neto na batalha eleitoral de 2026.