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Caciques do PP afirmam que acordo com Jerônimo sobre volta do partido à base aliada 'subiu no telhado'
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Por Jairo Costa Júnior
Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder
Caciques do PP afirmam que acordo com Jerônimo sobre volta do partido à base aliada 'subiu no telhado'
Postura de Jerônimo, exigência de adesão integral e indefinição acerca do espaço do partido no governo paralisaram as negociações
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Foto: GOVBA
Até há pouco dado como fato consumado por cardeais da base aliada ao Palácio de Ondina, o eventual retorno do PP ao bloco liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues subiu no telhado sem hora para descer. Essa é a avaliação feita por líderes do partido consultados pela coluna. Reservadamente, pepistas graduados da Bahia admitiram a existência de negociações com Jerônimo, no rastro de interesses da bancada da legenda na Assembleia Legislativa e do próprio governador em levar o PP para o arco de alianças do PT. "Foram iniciadas conversas semanas atrás, isso é fato, mas elas não avançaram nada de lá para cá. O que temos de verdade é o desejo de alguns parlamentares nossos na Alba em voltar a fazer parte da base de forma oficial, porque na prática a maioria deles já aderiu", destacou um deputado federal da sigla escalado para participar das conversas com a articulação política de Jerônimo.
Tamanho P ou G
Integrantes da Executiva Estadual do PP atribuem a paralisia do acordo com o governo a três fatores. A começar pela exigência de Jerônimo de ganhar o apoio de porteira fechada. Ou seja, com todos os seis deputados estaduais, quatro federais, o maior número possível dos 41 prefeitos eleitos pela sigla e a ida dos cinco vereadores do partido na capital para a bancada de oposição ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) na Câmara Municipal. Além, é claro, do alinhamento integral à chapa majoritária do PT nas eleições do ano que vem. Algo que, segundo políticos da cúpula do PP baiano, é extremamente difícil de acontecer. "Atender dois desses itens ou até três, vá lá, mas todos eles será impossível. Em especial, o rompimento com Bruno. Não que isso não possa acontecer, em política não há nada impossível, mas não tem chance de prosperar nas atuais condições de temperatura e pressão", disse um cacique da legenda.
Eis a questão
O segundo entrave ao acordo tem relação ao tamanho do espaço que o PP teria após voltar ao arco de sustentação do governo. Entre outros cargos, os pepistas cobiçam o comando de órgãos de destaque, a exemplo do Detran, que já pertenceu à fatia do partido durante os dois governos do hoje senador Jaques Wagner (PT), mas foi transferido para o Podemos e atualmente é chefiado por Rodrigo Pimentel, quadro técnico da cota pessoal do ministro da Casa Civil, Rui Costa. No entanto, o PP também quer o Detran de porteira fechada, proposta que esbarra na resistência de Jerônimo a entregar o pacote completo para reatar os laços cortados meses antes da eleição de 2022, quando o ex-vice-governador João Leão, que presidia o PP no estado à época, rompeu com o PT e engordou o cortejo da oposição. "Para ter o apoio total do PP, o governador terá que dar mais do que ofereceu", resumiu uma liderança influente da sigla.
Nuvem de fumaça
Por fim, a postura adotada por Jerônimo nos últimos dias contribuiu bastante para que as negociações com o PP entrassem em stand by. "São muitos sinais trocados e nenhuma proposta prática dele até agora, a não ser reafirmar que tem interesse em contar com o partido e que está de braços abertos para recebê-lo. No fundo, a impressão que temos é o de um governador sem autonomia para decidir sobre alianças regionais ou inseguro quanto a isso", emendou um parlamentar do PP, ao citar recentes declarações concedidas à imprensa pelo petista nos bastidores do discurso feito por ele durante a primeira sessão da alba em 2025, realizada quarta-feira (06). Na ocasião, Jerônimo disse que estava esperando orientações de Brasília para fechar acordo. Só não deixou claro se estava se referindo a Wagner, a Rui, ao núcleo-duro do PT nacional ou a alguma composição que passe pela Esplanada dos Ministérios.
Anedotário político
A leitura anual da mensagem anual do governador na Alba rendeu piadas e risos no plenário do Legislativo estadual. A começar pela longa duração do discurso de Jerônimo, que começou a fala dizendo que faria um resumo, e acabou no púlpito da Casa por uma hora e meia. Um dos deputados da oposição não perdeu a oportunidade e disparou ao pé do ouvido de colegas da bancada: "Imagine se ele fosse ler o discurso inteiro! Só terminaria amanhã". Outro momento engraçado foi quando o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), convidou a nova primeira vice-presidente, Ivana Bastos (PSD), para assumir sua cadeira ao lado dele na mesa. "Quero chamar aqui a deputada Ivana, nossa primeira vice, e desejo que ela permaneça no cargo até o fim", disse Adolfo, ao arrancar risos dos pares pela óbvia alusão à probabilidade de ter o terceiro mandato na presidência barrado pelo Supremo.
Queda súbita
Causou surpresa nos corredores da Alba a exoneração do diretor administrativo da Assembleia, Júlio Eloy, um dos auxiliares mais próximos a Adolfo Menezes, que o nomeou para função logo após ser eleito presidente pela primeira vez, há cerca de quatro anos. Como Eloy pertence ao círculo de confiança de Adolfo, a demissão foi atribuída a um provável acordo para a composição da nova Mesa Diretora da Casa, já que o cargo cai na medida como moeda de troca.
Dose de calmante
É grande o alívio de parlamentares da bancada baiana no Congresso com a decisão do presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, de devolver a relatoria da Operação Overclean ao ministro Nunes Marques, indicado à Corte pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e visto como alguém mais sensível às demandas do Centrão. O temor era o de que o caso, por ter ligação com desvios de emendas parlamentares, fosse parar nas mãos do ministro Flávio Dino, considerado bem mais duro e próximo ao PT.
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