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Relator da Faroeste fecha cerco contra bancos que se negaram a enviar dados sobre acusados de integrar esquema no TJ

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Por Jairo Costa Júnior

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Relator da Faroeste fecha cerco contra bancos que se negaram a enviar dados sobre acusados de integrar esquema no TJ

Lista de Og Fernandes inclui gigantes do mercado financeiro, como Bradesco, Itaú, Citibank, Mercado Pago, Safra e PagSeguro

Relator da Faroeste fecha cerco contra bancos que se negaram a enviar dados sobre acusados de integrar esquema no TJ

Foto: Carlos Moura/Ascom/TSE

Por: Jairo Costa Jr. no dia 29 de janeiro de 2025 às 19:42

Atualizado: no dia 29 de janeiro de 2025 às 20:03

O ministro Og Fernandes, relator da Operação Faroeste no Superior Tribunal de Justiça (STJ), apertou o cerco sobre 15 instituições financeiras que se negaram a enviar informações completas sobre transações feitas por acusados de envolvimento no esquema de grilagem de terras, corrupção e vendas de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ). A lista inclui Bradesco, Itaú, Citibank, Mercado Pago, PagSeguro e os bancos Safra, Alfa, Cargill e Rodobens. Todos deveriam fornecer à Polícia Civil do Distrito Federal, até 1º de novembro de 2024, dados completos sobre a movimentação bancária de réus da Faroeste, mas descumpriram os prazos estabelecidos pelos investigadores. 

Pegue a visão!
Recentemente, Og Fernandes expediu ofício às instituições citadas para que atendam, com urgência, ao pedido da policial ou justifiquem a impossibilidade de cumprir a solicitação. Nesses casos, alertou o ministro, tanto as empresas que atuam no segmento de pagamentos eletrônicos quanto os bancos tradicionais devem estar cientes de que a resistência injustificada pode configurar a prática de crime de obstrução à Justiça. A cobrança do relator da operação foi feita no âmbito da Ação Penal 940, a primeira movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a rede de corrupção no Judiciário baiano.

Para recordar
Deflagrada em dezembro de 2019 pela Polícia Federal e o MPF, a Faroeste escancarou a existência de um esquema bilionário de venda de decisões judiciais envolvendo magistrados, servidores, advogados, produtores rurais, empresas, laranjas e operadores de propina, com origem na disputa por uma área grilada de aproximadamente 360 mil hectares no oeste do estado, um dos principais polos do agronegócio no país. As investigações levaram à prisão e ao afastamento de desembargadores e juízes, além do empresário Adailton Maturino, falso cônsul da Guiné-Bissau apontado pelo MPF como líder da organização criminosa desarticulada pela operação. 

DR governista 
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) convocou no fim da tarde desta quarta-feira (29) uma reunião com todas as lideranças da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) que integram a base aliada para tentar resolver os impasses em torno da disputa pelo comando da Casa. Segundo apurou a Metropolítica, a intenção de Jerônimo é evitar bate-chapa pelos cargos na Mesa Diretora da Alba. Em especial, a primeira vice-presidência. O posto é alvo de duelo entre os deputados Rosemberg Pinto (PT), líder da bancada governista, e Ângelo Filho (PSD), herdeiro do senador Ângelo Coronel, justamente pela possibilidade de que o eventual terceiro mandato do presidente da Alba, Adolfo Menezes (PSD), seja vetado pelo Supremo.

Casos e acasos
No momento, apenas a candidatura de Adolfo Menezes e os dois nomes indicados pela oposição para compor a Mesa Diretora da Assembleia - os deputados Samuel Júnior (Republicanos) e Kátia Oliveira (União Brasil)  - são consenso na base aliada. Com isso, os impasses na ala governista elevaram a dose de suspense sobre o desfecho da sucessão na Alba e, caso não sejam resolvidos a bom termo, podem resultar em um desfecho inesperado pela articulação política de Jerônimo. 

Boca de espera
Até o fechamento desta edição, ainda não havia notícias sobre o resultado do encontro do governador com os líderes de partidos da bancada. No mesmo diapasão, também não havia sido mandado para publicação o ato de convocação de sessão extraordinária para votar a proposta que inclui no Regimento Interno na Casa a eleição automática em casos de vacância na presidência.

Tecla SAP
O senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, costuma dizer que, em matéria de política, quem briga para fora quer romper. Ou seja, quem quer acertar os ponteiros briga para dentro. Se Otto estiver certo, é sinal de que o todo-poderoso do partido, o ex-ministro Gilberto Kassab, está prestes a cortar os laços da legenda com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o que se pode apreender das declarações em que criticou duramente o PT e chamou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de fraco, concedidas nesta quarta em entrevista coletiva. Mas, entre deputados federais do PSD da Bahia, há quem diga que a súbita verborragia de Kassab não passa de recado para conquistar mais um ministério com vitamina no caixa.

Vale o quanto pesa
Tida como favas contadas, a vitória do prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), na corrida pela presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB) foi atribuída à influência do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), junto aos pares. Cardoso sequer havia entrado na fila do pão, quando Cocá o convenceu a concorrer ao cargo e garantiu empenho máximo para ajudá-lo na batalha. Pouco a pouco, Cocá aglutinou apoio em torno de Cardoso, quebrou resistência na oposição e tornou o aliado franco favorito. A última barreira caiu nesta quarta, quando o concorrente direto de Cardoso, o prefeito de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), deixou o páreo e aceitou a vaga de vice da UPB. A tese é que Cocá saiu mais fortalecido do que estava para buscar voos mais altos em 2026.