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Caso governo convoque sessão para votar eleição automática na Alba, é sinal de acordo com Coronel

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Por Jairo Costa Júnior

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Caso governo convoque sessão para votar eleição automática na Alba, é sinal de acordo com Coronel

Avaliação é de líderes da base, ao comentarem proposta que beneficia, em tese, filho do senador em uma eventual derrubada da reeleição de Adolfo Menezes pelo Supremo

Caso governo convoque sessão para votar eleição automática na Alba, é sinal de acordo com Coronel

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Por: Jairo Costa Jr. no dia 27 de janeiro de 2025 às 12:03

Caso a articulação política do Palácio de Ondina convoque, já nas próximas horas, a sessão extraordinária para votar a proposta que torna obrigatória a realização automática de novas eleições para a presidência da Assembleia Legislativa (Alba), na hipótese de vacância no cargo, é sinal de que o governo Jerônimo Rodrigues (PT) entrou em acordo com o senador Ângelo Coronel (PSD). Essa é a avaliação de lideranças da base aliada e da oposição consultados pela Metropolítica. Explique-se: como o presidente da Alba, Adolfo Menezes (PSD), deve ser impedido pelo Supremo de exercer o terceiro mandato consecutivo, Coronel quer garantir o comando da Assembleia para um dos herdeiros, o deputado estadual Ângelo Filho (PSD).  Mas para isso é preciso mudar o Regimento Interno da Casa, que é omisso sobre a necessidade de eleição suplementar quando os presidentes são impedidos de permanecer no posto por ordem judicial.

Para entender melhor
Pelas regras em vigor, na existência de vacância no comando da Alba, o primeiro vice-presidente assume o lugar sem estar formalmente obrigado a convocar nova eleição para o cargo em determinado prazo.  Então, o posto de vice virou objeto de disputa entre o PSD e o PT, que reivindica a vaga para o líder do governo na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto. O problema é que grande parte da base aliada quanto a oposição não querem que o Legislativo estadual fique sob controle de um petista, já que são enormes as possibilidades de que a segunda reeleição de Adolfo Menezes seja derrubada pelo Supremo. 

Cama feita
Na segunda-feira passada (20), o senador Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia, confirmou a candidatura de Menezes para mais dois anos à frente da Casa e o apoio a Rosemberg no duelo pela primeira vice-presidência, mas exigiu a inclusão da eleição automática no Regimento Interno. A aprovação da proposta seria uma forma de compensar Ângelo Coronel pela eventual perda da vaga de senador na chapa majoritária governista, diante dos planos do PT de montar um palanque quase todo petista, com Jerônimo Rodrigues para governador e a dobradinha entre Jaques Wagner e Rui Costa para o Senado. Uma vez que Adolfo Menezes seja defenestrado pelo Supremo, a avaliação de parlamentares experientes é de que há maioria elástica para assegurar a vitória de Ângelo Filho na nova disputa pela Alba.

Peso na balança
"A convocação de sessão extraordinária seria uma demonstração clara de que o governo e Coronel se acertaram, mas mostra também disposição de Jerônimo para pacificar os demais partidos da base e evitar um racha a pouco menos de dois anos da sucessão estadual de 2026. Não se pode ir contra o desejo majoritário da Casa sem correr riscos. E a resistência a ter o PT à frente da Assembleia é maiúsculo. O Palácio de Ondina sabe disso", afirmou um dos deputados ouvidos pela coluna. 

Alerta de perigo
Os números da nova pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta segunda (27) acenderam o sinal vermelho no núcleo-duro do PT da Bahia. Sobretudo, por mostrar uma substancial queda da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em quatro faixas do eleitorado consideradas estratégicas para a próxima corrida presidencial: nordestinos, evangélicos, mulheres e pessoas com renda máxima de até dois salários mínimos. Para líderes do partido no estado, sem reverter a curva nesses estratos, será praticamente impossível a reeleição de Lula.

Luz no túnel
Em contrapartida, cardeais petistas apostam alto no trabalho do novo chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, o publicitário baiano Sidônio Palmeira, para mudar o quadro. Acham que se Lula mantiver a promessa de salvo-conduto para a atuação de Sidônio, ele conseguirá reerguer a popularidade do presidente em médio prazo.