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Cardeais da oposição culpam postura de Neto pela debandada de prefeitos da base do União Brasil
Metropolítica
Por Jairo Costa Júnior
Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder
Cardeais da oposição culpam postura de Neto pela debandada de prefeitos da base do União Brasil
Líderes do bloco afirmam que aproximação de aliados no interior com o PT - a exemplo de Zé Cocá, de Jequié - é resultado do tratamento frio e pouco acessível do ex-prefeito de Salvador
Foto: Divulgação
O movimento de debandada de prefeitos aliados do União Brasil em cidades importantes do interior baiano é atribuído por cardeais da oposição a insatisfações quanto ao tratamento dispensado a eles pelo ex-prefeito ACM, vice-presidente da sigla e principal nome do bloco contrário ao PT no estado. Deputados e dirigentes de siglas que integram a aliança do União Brasil afirmaram à coluna que há um grande volume de queixas de prefeitos em relação à postura pouco acessível de Neto. "Esse foi o motivo da súbita aproximação de vários deles com o governador, incluindo o de Jequié, Zé Cocá (PP), que desabafou com interlocutores muito próximos que se sente abandonado por Neto e está bem perto de abraçar Jerônimo Rodrigues", confidenciou um parlamentar do alto escalão oposicionista.
Me chama que eu vou
Recentemente, Zé Cocá teve a primeira audiência com Jerônimo na terça-feira (21). Desde que o petista assumiu o comando do estado, jamais tinha sido recebido pelo governador. Segundo testemunhas do encontro, o prefeito de Jequié saiu do gabinete de Jerônimo com ares de quem foi seduzido. "Publicamente, Zé Cocá não vai admitir que está inclinado a retornar para a base aliada ao PT, mas não vai negar também. Até porque ele deixou claro para seu entorno que o compromisso dele era com João Leão (deputado federal e ex-presidente do PP na Bahia), a quem devia lealdade, e não com Neto, de quem reclama da falta de atenção", relatou um cacique do União Brasil.
Rombo na cerca
O vácuo deixado por ACM Neto abriu espaço para o governador navegar em mar de almirante sobre a base de prefeitos da oposição. Fora Zé Cocá, pelos menos outros cinco prefeitos que apoiaram Neto contra Jerônimo na disputa pelo governo em 2022 já estão de malas prontas para trocar o bloco da oposição pelo cortejo governista. São eles Fabrício Abrantes (Avante), de Brumado; Ednaldo Ribeiro (Republicanos), de Cruz das Almas; Miltinho do Axé (PSD), de Coaraci; Nal Azevedo (Avante), de Guanambi; e Eduardo Hagge (MDB), de Itapetinga. Todos caminharam ao lado do União Brasil nas duas últimas eleições, mas receberam com bons olhos o convite para mudar de casa.
Rede de arrasto
De olho em surfar a onda deixada por ACM Neto, o novo secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, recebeu sinal verde de Jerônimo para ampliar a pescaria na lagoa da oposição. Nos próximos dias 29 e 30, Loyola e o governador vão aproveitar o 8º Encontro de Prefeitos e Prefeitas organizado pela União dos Municípios da Bahia em Salvador para intensificar o assédio, com promessas de portas abertas para atender demandas emperradas e turbinar o volume de recursos para aqueles que estiverem predispostos a pular a cerca.
Lero-lero
O vereador Kiki Bispo (União Brasil) vem tomando calor do eleitorado de Castelo Branco, um dos seus mais fortes redutos na capital. Tudo por causa do atraso na requalificação de uma praça situada perto do fim de linha do bairro. A obra foi iniciada antes das eleições de 2024 e bastante usada na campanha de Kiki em Castelo Branco. No entanto, passada a disputa, a reforma entrou em estágio de hibernação. O que levou os seguidores do vereador a cobrarem a entrega da praça nas redes sociais. Kiki até assegurou em seu perfil no Instagram que os trabalhos seriam reiniciados, mas a garantia foi tratada como baratino.
Para bom entendedor...
Já entrou para o anedotário político uma conversa informal entre o prefeito Bruno Reis (União Brasil) e o presidente do Benin, o multimilionário Patrice Talon, durante a visita que fez ao país africano há cerca de duas semanas. Longe dos holofotes da imprensa, Talon se mostrou interessado em detalhes da reeleição de Bruno Reis com quase 80% dos votos. Na ocasião, quis saber se o prefeito conquistou tamanha votação dentro das regras democráticas ou se a eleição em Salvador era igual a do Benin.
Outro prato
Barões do agronegócio baiano querem convencer o governo Lula a retomar os estoques reguladores como forma de reduzir o preço dos alimentos ou frear a alta de produtos da cesta básica, em meio aos planos do presidente de combater a carestia no curto prazo. Contudo, ouviram de autoridades do Palácio do Planalto que os grandes responsáveis pelo boom no custo dos alimentos não são passíveis de estocagem. No caso, carne de boi e cerveja.
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