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Partidos da base e da oposição se unem para evitar ascensão do PT ao comando da Alba

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Por Jairo Costa Júnior

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Partidos da base e da oposição se unem para evitar ascensão do PT ao comando da Alba

Movimento tem como alvo a candidatura de Rosemberg Pinto à primeira vice-presidência da Assembleia e conta com a participação de deputados aliados a Jerônimo de pelo menos seis legendas

Partidos da base e da oposição se unem para evitar ascensão do PT ao comando da Alba

Foto: Divulgação/Alba

Por: Jairo Costa Jr. no dia 17 de janeiro de 2025 às 19:17

Parlamentares de partidos que compõem a base aliada ao Palácio de Ondina se uniram à bancada de oposição para impedir o PT de vencer a corrida pela primeira vice-presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), cuja disputa está marcada para 3 de fevereiro. Segundo apurou a Metropolítica, o movimento abrange deputados de pelo menos seis legendas do arco de alianças do governo Jerônimo Rodrigues na Casa (PT) ou que se dividem entre os dois principais pólos de poder no Legislativo estadual: PSD, PV, PSB, PL, Solidariedade e MDB, todos contrários à eventual candidatura do líder governista na Alba, o petista Rosemberg Pinto. 

Separados, mas juntos
"Caso Adolfo Menezes (deputado do PSD e atual presidente da Assembleia) mantenha o nome no páreo, mesmo com risco de ter a segunda reeleição barrada pelo Supremo, o acordo com a oposição é de votarmos em massa no adversário dele", confidenciou uma das lideranças à frente das articulações para evitar a ascensão de Rosemberg Pinto ao cargo. A união de esforços contra o PT tem como pano de fundo a convicção de que o terceiro mandato consecutivo de Adolfo não passará no Supremo. Com isso, o primeiro vice-presidente tomará posse automaticamente do comando da Alba. 

Alto lá! 
"Embora tenha visto gente falando que, nessa hipótese, as regras exigem que novas eleições para a Mesa Diretora sejam convocadas em até 30 dias, o Regimento Interno da Alba é omisso. Não há nada nele que determine prazos. Sendo assim, vai depender basicamente do espírito democrático do primeiro vice. E, cá entre nós, não enxergamos disposição de Rosemberg em deixar o cargo. Mesmo que ele convoque outra disputa, as chances de que vença já sentado na cadeira de presidente são muito altas. Mas tanto a oposição quanto grande parte da bancada governista não têm interesse em ver o PT na direção da Assembleia. Ficaríamos todos à mercê das vontades do governo e sem cartas na manga para negociar com o Executivo", destacou outro parlamentar envolvido nas costuras para melar os planos do petista.

Túnel do tempo
Consulta feita pela coluna sobre o Regimento Interno da Alba mostra que, de fato, não há de fato qualquer menção ao rito a ser seguido em caso de impedimento do eleito para a presidência da Casa. Entretanto, nas duas ocasiões em que houve vacância do cargo, o primeiro vice assumiu o leme e convocou nova disputa em 30 dias, de acordo com o protocolo adotado pela Câmara dos Deputados. A primeira vez ocorreu em 1994, quando Antônio Imbassahy deixou o comando da Assembleia para assumir um mandato tampão como governador e foi substituído pelo número dois à época, Eujácio Simões. A segunda, em 2000. Na ocasião, o então presidente da Alba, Antonio Honorato, foi nomeado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e abriu espaço para o vice, Reinaldo Braga. Em ambos os casos, porém, Simões e Braga foram reeleitos já empossados no cargo.

Cerca Lourenço
Em meio às articulações para a sucessão na Alba, o senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, agendou na segunda-feira que vem (20) uma reunião com dirigentes e parlamentares da bancada do partido para definir a posição da tropa liderada por ele na disputa. Em conversas reservadas, cardeais do PSD afirmaram que há pressões internas para que Adolfo Menezes desista da reeleição e libere a pista para um nome da sigla capaz de aglutinar a maioria dos 63 parlamentares da Casa. Até o momento, dois deputados já se colocaram como alternativa a Adolfo: Ivana Bastos e Ângelo Coronel Filho, um dos herdeiros políticos do senador Ângelo Coronel, que vê a batalha pela Assembleia como caminho para manter a vaga na chapa majoritária do PT em 2026.

Cara fechada
Independente do resultado do encontro, Otto Alencar sinalizou a aliados próximos que não anda nada satisfeito com a articulação política do governo Jerônimo em relação à disputa pelo controle de Alba. Fora isso, Otto credita ao PT a ofensiva para rifar Coronel da chapa e a derrota da nova prefeita de Conceição do Almeida, Renata Suely, na tumultuada queda de braço com o prefeito reeleito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos), pela presidência do Consórcio Territorial do Nordeste. Embora Ribeiro integre a oposição e a linha de frente do bolsonarismo na Bahia, a vitória dele foi atribuída a membros do alto escalão do governo, cujo objetivo seria atraí-lo para a coalizão petista. 

Trio trumpista
Três parlamentares baianos fazem parte da comitiva arregimentada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, para participar da cerimônia de posse de Donald Trump na Casa Branca. Dois deles pertencem à bancada do PL na Alba: Leandro de Jesus e Diego Castro. O terceiro é o deputado federal Capitão Alden, também do PL.

Bola dividida
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) ainda não decidiu quem vai substituir em definitivo o empresário Pedro Tourinho na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). De um lado, está o subsecretário da pasta, Walter Pinto Júnior, que assumiu a Secult interinamente. Do outro, a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT). "Qual deles o prefeito vai escolher só Deus sabe", resumiu um integrante integrante da cúpula do Palácio Thomé de Souza.        

Fim de linha
A ministra interina da Casa Civil, Miriam Belchior, formalizou nesta sexta-feira (17) a demissão da secretária de Estratégias e Redes Sociais da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Brunna Rosa, nomeada pela cota pessoal da primeira-dama Janja da Silva. A saída de Brunna faz parte da série de ações tomadas pelo novo chefe da Secom, o publicitário baiano Sidônio Palmeira, para melhorar a comunicação do governo federal nas redes e ampliar a ofensiva de combate à militância digital alinhada à extrema-direita.