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Bruno Reis baixa decreto que eleva salário de aliados políticos nomeados para cargos de confiança
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Por Jairo Costa Júnior
Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder
Bruno Reis baixa decreto que eleva salário de aliados políticos nomeados para cargos de confiança
Medida aumenta em 15 pontos percentuais valor da gratificação de comissionados em função de chefia; limite total para pagamento de bônus salta de 20% para 70%
Foto: Valter Pontes/PMS
Em tempos de debate sobre a necessidade cada vez maior de controle sobre os gastos públicos, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) decidiu de uma canetada só elevar as despesas para pagamento de salários dos ocupantes de cargos comissionados na prefeitura de Salvador, ou seja, nomeados por ele mesmo. Decreto baixado por Bruno Reis na segunda-feira (13) permite elevar de 55% para 70% o valor da chamada Gratificação de Incentivo ao Desempenho Gerencial, tipo de bônus pago sobre a remuneração básica a quem atua em postos de comando por livre nomeação do prefeito, além dos servidores de carreira escalados para exercer funções de confiança. A medida altera um decreto anterior, de 15 de outubro de 2020, que fixava a gratificação em até 15 pontos percentuais a menos.
Trem da alegria
Os novos patamares vão aumentar as despesas da folha salarial de mais de mil ocupantes de cargos comissionados de chefia lotados em órgãos, estatais e empresas públicas municipais. De acordo com levantamento feito pela Metropolítica junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), cujos dados foram confirmados por meio de pesquisa no portal de transparência da prefeitura, existem hoje nos quadros do Executivo municipal pelo menos 400 gerentes, 270 coordenadores, 101 assessores especiais, 68 diretores, 64 subcoordenadores, 47 assistentes especiais, 26 chefes de núcleo, 18 subsecretários e 14 supervisores, entre outros. Nem todos receberão o atual teto de 70%, já que o percentual pode ser escalonado ao gosto da cúpula do Palácio Thomé de Souza.
Me ajeita que eu te ajeito
Desde o início da gestão de Bruno Reis, as gratificações são usadas para turbinar a remuneração de ocupantes de cargos de confiança. Em especial, subsecretários, diretores e assessores especiais nomeados pelo prefeito dentro da cota de cargos destinados a aliados políticos ou por indicação de partidos que integram a tropa da prefeitura na Câmara de Vereadores. Praticamente todos eles têm salário básico de aproximadamente R$ 15 mil. Mas com a bonificação somavam mais R$ 8,3 mil aos contracheques. A partir de fevereiro, esse valor subirá para R$ 10,6 mil por causa do novo decreto.
Porteira escancarada
Na mesma leva, o prefeito também modificou o Artigo 6º do decreto de 2020, que limitava o pagamento do bônus em 20% do total dos valores dos vencimentos dos cargos em comissão e das gratificações das funções de confiança, previstos na tabela de remunerações do Plano de Cargos e Salários dos Servidores Municipais. Agora, o percentual saltou para 70%, mais que o triplo do índice anterior. O aumento da faixa permitirá a Bruno Reis ampliar o número de comissionados contemplados com o upgrade salarial mais elevado.
Toda ausência é atrevida
Articuladores políticos do Palácio de Ondina alertaram o governador Jerônimo Rodrigues (PT) sobre a urgência de interferir o quanto antes na corrida pela presidência na Assembleia Legislativa (Alba), marcada para 3 de fevereiro. Em conversas reservadas, cardeais governistas estão convictos de que a distância protocolar ainda adotada por Jerônimo a pouco mais de duas semanas da sucessão na Casa podem levar a um resultado indesejado para o petista, fortalecer a oposição a cerca de um ano e meio da sucessão estadual de 2026 e estragar os planos do PT para montar uma chapa majoritária com Jerônimo para o governo e Jaques Wagner e Rui Costa para o Senado.
Não vá que é barril
Recentemente, Jerônimo foi informado de que deve frear de imediato as pretensões do líder da bancada governista, Rosemberg Pinto (PT), em concorrer à primeira vice-presidência da Alba, sob pena de colocar a derrota tida como líquida e certa no colo dele. O posto é cobiçado devido às chances altas de que o Supremo derrube a segunda reeleição do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), se ele mantiver de fato a candidatura. "Fora a oposição, PSD, PP, PV, PSB e MDB já deixaram claro que não querem o PT à frente da Casa. Insistir é um risco grande demais para ser corrido", confidenciou um experiente líder da base petista.
Batida de martelo
Na segunda-feira (20), o núcleo-duro do PSD na Bahia vai se reunir para chegar a um veredito em torno da eleição na Alba. Segundo parlamentares do partido, há dois cenários possíveis. O primeiro é bancar a candidatura de Adolfo Menezes, apostando numa decisão favorável do Supremo ou na demora da corte para julgar em plenário e apoiar um nome do partido para a primeira vice-presidência. O segundo é convencer Adolfo a se retirar logo do páreo e lançar um nome de consenso na legenda em seu lugar. O que tornaria a briga para vice-presidente irrelevante. Independente da decisão, Jerônimo será forçado a recompensar bem os preteridos para evitar uma crise interna.
Virada de maré
O clima não anda nada bom para o ex-prefeito ACM Neto na Executiva Nacional do União Brasil. Caciques com assento no comando do partido informaram à coluna que está em curso uma costura para esvaziar o poder de Neto, atual vice-presidente da sigla. O movimento passa pelo desgaste do presidente do União Brasil, o advogado pernambucano Antônio Rueda, e teriam as digitais do deputado federal Elmar Nascimento, insatisfeito com a condução da dupla na disputa pelo controle da Câmara e interessado na adesão formal da sigla ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lente de aumento
Uma licitação aberta recentemente pela prefeitura despertou a atenção de pesos-pesados do mercado publicitário baiano. Trata-se do processo para selecionar a empresa que ficará responsável pelo modelo de prospecção de anunciantes interessados na exibição de publicidade e merchandising em espaços e equipamentos públicos do município de Salvador. O assunto atraiu os olhos do segmento não só pelo tamanho do negócio, mas por estar no guarda-chuva da Saltur, quando a praxe seria a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).
Trio elétrico
Um animado almoço no Barbacoa reuniu, terça-feira (14), três expoentes do carlismo: o chefe da Casa Civil da prefeitura da capital, Luiz Carreira, o ex-senador e ex-ministro Waldeck Ornelas e o ex-deputado federal Benito Gama. Em comum, todos ganharam projeção como membros do staff de Antonio Carlos Magalhães, embora Benito tenha se distanciado do grupo após contrariar o padrinho político e votar a favor do impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Testemunhas do encontro não conseguiram ouvir detalhes sobre o cardápio do papo. Porém, garantiram que foi movido a sorrisos e cochichos
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