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Na garupa da imprudência: Palco de acidentes, vias de Salvador podem ganhar faixas exclusivas para motos
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Na garupa da imprudência: Palco de acidentes, vias de Salvador podem ganhar faixas exclusivas para motos
Só neste ano, foram 60 pessoas mortas na garupa de uma mota em Salvador
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 18 de dezembro de 2024
De França só o nome. Uma das principais avenidas do bairro do Comércio se tornou no último domingo (15) um verdadeiro coliseu para motociclistas praticando manobras arriscadas. Como era de se esperar, a suposta brincadeira terminou em um acidente com um condutor gravemente ferido.
Mas não é só na Avenida da França que os motociclistas vêm protagonizando acidentes, eles inclusive são maioria entre as vítimas no trânsito. Só neste ano, foram 60 pessoas mortas na garupa de uma mota em Salvador. O motivo poderia estar relacionado à vulnerabilidade desse tipo de veículo, claro, mas também está associado à falta de estrutura e imprudência dos próprios motoristas, como esses que utilizaram um evento autorizado pela prefeitura para instaurar uma disputa de grau.
Quem trafega pelo trânsito de Salvador já deve ter se deparado com motociclistas subindo em passeios ou passarelas e principalmente em velocidade fazendo a distância entre os veículos de corredor. Não é à toa que os quatro principais fatores apontados como responsáveis por acidentes com moto são: excesso de velocidade, uso de celular na condução, manobras arriscadas e falta de equipamentos de proteção, como o capacete.
Exclusividade
Uma medida para tentar diminuir o número de acidentes envolvendo motociclistas é a chamada Faixa Azul ou faixa exclusiva para motos. Em cidades como São Paulo, ela já funciona e em Salvador é uma possibilidade. A Câmara Municipal de Salvador aprovou, na terça-feira (17), um projeto de lei do vereador Randerson Leal (Podemos), que institui faixas exclusivas para motocicletas e veículos similares em vias de grande circulação, tanto para diminuir os riscos de acidentes como para organizar o fluxo de veículos nas vias. Mas a Transalvador também já finalizou e encaminhou um estudo para Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), que é quem deve dar o aval para a implantação em algumas vias da capital baiana. A faixa funciona como uma espécie de ciclovia, mas apenas para motocicletas.
Na Avenida 23 de Maio, em São Paulo, após a implantação experimental, os resultados indicaram que 86% dos motociclistas utilizam essa faixa, sem registro de óbitos ou acidentes graves dentro da área delimitada. Fora da Faixa Azul, houve praticamente o dobro de acidentes.
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