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Nova orla de Salvador será entregue por 30 anos a uma única empresa em concessão milionária
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Nova orla de Salvador será entregue por 30 anos a uma única empresa em concessão milionária
As propostas para essa concessão milionária, avaliada em R$ 18,6 milhões, poderão ser enviadas a partir da próxima terça-feira (26) até 22 de janeiro de 2025
Foto: Metropress/Isabelle Corbacho
Depois de 14 anos de abandono, a prefeitura de Salvador decidiu arregaçar as mangas – ou pelo menos os bolsos – para entregar uma nova orla não só à cidade, mas também a uma empresa. Como se todo esse tempo já não tivesse feito estrago suficiente neste que é um dos principais patrimonios da cidade, o modelo para a região agora será de uma concessão por 30 anos. Uma única empresa ficará responsável por mandar e desmandar na gestão de 34 quiosques e 70 tendas ao longo de 3,5 mil metros no Parque da Orla, entre as praias da Boca do Rio, dos Artistas, Pituaçu e Patamares.
Na prática, o prefeito Bruno Reis, que tem apenas mais quatro anos de gestão pela frente, está entregando a orla a uma empresa por 30 anos. As propostas para essa concessão milionária, avaliada em R$ 18,6 milhões, poderão ser enviadas a partir da próxima terça-feira (26) até 22 de janeiro de 2025. Mas antes disso, as perguntas já ficam no ar: Por que tanto tempo? Por que apenas uma empresa? É um projeto de revitalização ou uma privatização disfarçada?
Enquanto isso, os comerciantes e ex- -barraqueiros, que tanto representaram a cultura soteropolitana, permanecem agora na fila da incerteza. O edital de licitação até cita preferência a eles como permissionários, mas não garante que eles não serão substituídos por espécies de McDonald’s, Bobs e Burger King nos novos “caixotes gourmetizados” desenhados pela Fundação Mário Leal Ferreira. No máximo, pode ser oferecida a eles “sorte grande” de largar seus negócios e virar funcionários da tal concessionária, trocando anos de autonomia por carteira assinada. Diante desse ataque não só contra a orla soteropolitana, mas também contra a cultura baiana, Ministério Público, Instituto e Conselho e demais entidades de arquitetos e urbanistas silenciam ou fogem do assunto.
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