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Eleição de 1985 ajuda a explicar: por que Salvador, a cidade mais negra fora da África, nunca elegeu um prefeito negro?
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Casos de violência reacendem discussão sobre fim das torcidas organizadas
O que deveria ser o espetáculo do clássico entre as torcidas pernambucanas do Sport e Santa Cruz virou um cenário de guerra, que chocou o país e expôs, mais uma vez, os limites ultrapassados por alguns torcedores
Foto: Reprodução/X
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 06 de fevereiro de 2025
No país do futebol, o destaque dentro e fora de campo tem sido para a violência entre torcedores. A camisa 10 é do fanatismo que justifica ataques verbais a rivais, atos de vandalismo e episódios de ódio como os registrados no último final de semana em Recife.
O que deveria ser o espetáculo do clássico entre as torcidas pernambucanas do Sport e Santa Cruz virou um cenário de guerra, que chocou o país e expôs, mais uma vez, os limites ultrapassados por alguns torcedores. Um torcedor foi brutalmente espancado e vítima de violência sexual. O jogo seguiu normalmente e, como medida “cautelar” para diminuir os ânimos, o Sport Club do Recife suspendeu temporariamente a venda de ingressos para sua próxima partida.
Dentro e fora dos campos baianos, os casos de violência entre torcedores também se acumulam. São confrontos nos arredores dos estádios, em locais mais distantes. No mesmo dia do clássico pernambucano, horas antes do Ba-Vi de número 500, a violência também ultrapassou os limites dos estádios e atingiu o transporte público de Salvador. Ônibus viraram alvo de pedra e até de bomba. O Sindicato dos Rodoviários denunciou os casos e responsabilizou os torcedores pelos ataques. Dias antes, uma confusão pré-jogo terminou em vandalismo no bairro de Periperi, levando mais de 100 torcedores à delegacia.
Parece que dia de jogo é sinônimo de dia de violência. É como se fosse programado. O Vitória, por exemplo, já pediu a retirada do Barradão da partida entre Bahia e Barcelona de Ilhéus, depois de ter acesso a ameaças de depredação contra o estádio.
Torcidas organizadas
Muitos responsabilizam as torcidas organizadas pela maior parte dos atos de violência. A Polícia Civil, no entanto, informa não ter dados sobre esse recorte específico. Ainda assim, os casos recentes reacendem a discussão sobre o fim das organizadas.
Mas a possibilidade não encontra apoio entre os torcedores. Eles acreditam que elas fazem parte do futebol. Rodrigo Avelino, por exemplo, cresceu frequentando o Barradão, hoje, aos 27 anos, é advogado e acredita que as organizadas “dão um colorido especial ao esporte”. Já do lado do Bahia, há concordância: o torcedor Rogério Oliveira defende que os atos de violência não são das organizadas, mas sim de pessoas. “Vejo que quem bagunça não é a torcida em si, mas algumas pessoas dentro dela. Infelizmente, em qualquer grupo grande, sempre há quem não tenha boa índole”, diz.
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