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Acervo da mais notável experiente fotógrafa em atuação na Bahia pode ficar sem sede

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Acervo da mais notável experiente fotógrafa em atuação na Bahia pode ficar sem sede

Arlete foi diretora da Fundação Gregório de Matos, nomeada pele então prefeito Mário Kertész. Junto com ele, a fotografa não só participou, mas foi uma das principais incentivadoras de missões ao Benin

Acervo da mais notável experiente fotógrafa em atuação na Bahia pode ficar sem sede

Foto: Divulgação/Acervo Arlete Soares

Por: Daniela Gonzalez no dia 12 de setembro de 2024 às 00:32

Atualizado: no dia 12 de setembro de 2024 às 09:48

Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 12 de setembro de 2024

Capturando a Bahia, Arlete Soares desenhou, com sua lente, o tempo e a história. Seu vasto acervo, composto por mais de 70 mil imagens que retratam décadas de transformação de Salvador, está prestes a perder seu espaço. O prédio na Rua Airosa Galvão, na Barra, que abrigou o acervo por 31 anos, será demolido para dar lugar a um edifício residencial. O material tem até o final de setembro para deixar o local.

“Todo o meu acervo, fruto de anos de viagens, será destruído para a construção de mais um prédio que só vai ‘enfeiar’ a Bahia,” lamentou Arlete durante o programa da Rádio Metropole. Na mesma ocasião, Mário Kertész, amigo de longa data da fotógrafa, reforçou seu apoio ao esforço de encontrar um novo local: “esse agora é um problema nosso”, disse MK, que logo em seguida buscou apoio do secretário estadual da Cultura, Bruno Monteiro.

História eternizada

Arlete foi diretora da Fundação Gregório de Matos, nomeada por MK, prefeito na época. Junto com Mário, ela não só participou, mas foi uma das principais incentivadoras de missões ao Benin, responsáveis pela primeira visita oficial de uma autoridade brasileira ao país africano, em 1987 com Mário Kertész, e por visitas de nomes como Mãe Stella de Oxóssi, Gilberto Gil, Carybé e Jorge Amado. Iniciativas que fortaleceram os laços culturais entre a Bahia e o Benin, culminando posteriormente na criação da Casa do Benin.

Todo o registro dessas viagens está no acervo Arlete Soares. Assim como as múltiplas facetas de Salvador durante os anos. Arlete era já na década de 1970 o drone da fotografia, registrava a cidade de cima e sua essência. Mais de 2 mil livros, alguns deles raros e autografados, além de cartas, catálogos, revistas, postais e objetos de arte, também fazem parte do acervo. Não à toa, o material atrai frequentemente a consulta de arquitetos e estudiosos.

A ideia é que seu novo lar seja no Centro Histórico, pela relação de Arlete com a cidade, mas também para facilitar o acesso a esse material. O secretário demonstrou-se empenhado em encontrar uma solução.