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Trapalhadas nos canteiros: Obras desfeitas ou com pouca funcionalidade duplicam transtornos para população

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Trapalhadas nos canteiros: Obras desfeitas ou com pouca funcionalidade duplicam transtornos para população

Calçada alargada e depois diminuída e até raízes de árvores cimentadas são algumas das trapalhadas nos canteiros de obras em Salvador

Trapalhadas nos canteiros: Obras desfeitas ou com pouca funcionalidade duplicam transtornos para população

Foto: Reprodução/Redes Sociais/Metropress/Filipe Luiz

Por: Mariana Bamberg no dia 08 de agosto de 2024 às 00:38

Didi, Dedé, Mussum e Zacarias poderiam perfeitamente estar por aí, soltos pelas ruas de Salvador - ou melhor, pelos canteiros de obras da cidade. Afinal a quantidade de trapalhadas visíveis nas últimas entregas tem sido até engraçado, para não dizer trágico. É obra sendo desfeita, erro de cálculo e por aí vai. “Ah, imprevistos em obras acontecem”. Sim, acontecem, cara pálida. Mas quando trazem transtornos para a população e saem dos cofres públicos, o buraco dessa obra é muito mais em baixo.

Na Rua Silveira Martins, por exemplo, a intervenção feita no final de 2023 já foi desfeita neste ano. A mais movimentada via do Cabula passou por uma requalificação com investimento de R$ 14,5 milhões e mudanças como o alargamento das calçadas e outras propostas da Fundação Mário Leal Ferreira. Na época, motoristas já reclamavam que isso dificultaria ainda mais o trânsito. Meses depois, para a surpresa de pouquíssimos, as obras voltaram, desta vez para reduzir os passeios recém-alargados. A Superintendência de Obras Públicas (Sucop) informou que notou as divergências, notificou a empresa e agora as calçadas estão sendo readequadas ao projeto da prefeitura, sem custo para o município.

E tem mais trapalhada colocada na conta das empresas que executam as obras. Todo mundo que tem planta em casa sabe que as raízes precisam de espaço para se desenvolver, esse conhecimento deveria ser comum também nos projetos de urbanismo. Pois bem, na Av. Afrânio Peixoto, a Suburbana, isso não foi tão levado a sério. Nas obras da via em março, o canteiro central foi todo cimentado. Todo mesmo, inclusive as raízes das árvores. O caso, claro, revoltou moradores e ambientalistas, e a Transalvador também informou que a empresa que executou faria a retirada do concreto, “adequando ao que tinha sido previsto no projeto inicial”.

E quando a trapalhada não é desfeita? Na Rua Conselheiro Pedro Luiz, no Rio Vermelho, as obras entregaram, na semana passada, um misto ciclofaixa-canteiro. Para passar por muitos dos trechos, o ciclista precisa se abaixar ou fugir dos galhos, é uma disputa de espaço com árvores, postes, pedestres. Mas Transalvador e Secretaria de Mobilidade (Semob) alegam que o projeto foi desenvolvido em conjunto com uma consultoria externa de “experiência internacional” e que “ficou constatado que não haveria a necessidade de remoção dos vegetais”. De trapalhada em trapalhada, a pergunta que fica é quem escolhe as empresas e fiscaliza a execução dessas obras?