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Bambuzal do aeroporto sofre com falta de replantio e retirada de hastes mortas
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Bambuzal do aeroporto sofre com falta de replantio e retirada de hastes mortas
Em nota, a prefeitura promete ação imediata com engenheiros agrônomos e biólogos
Foto: Dimitri Argolo/Metropress
Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 24 de março de 2022
Alvo de disputa em 2018, o bambuzal que dá boas-vindas a quem desembarca em Salvador se tornou o retrato de um sério descaso.
Naquele ano, próximo às eleições presidenciais, a prefeitura de Salvador embargou uma obra da CCR Metrô, vinculada ao governo da Bahia, por desmatar parte da área do bambuzal. A suspensão visava manter intacto o cartão-postal que é, por vezes, o primeiro encanto do turista com a capital baiana.
Quatro anos depois, o que os turistas e viajantes soteropolitanos veem são grandes rombos entre os espaços da vegetação, desmanchando o longo corredor florestal.
Encontrar os responsáveis por tal descaso não é tarefa fácil. Em um primeiro momento, ao ser procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Manu-tenção da Cidade (Seman) disse não ser a encarregada pelo replantio do bambuzal, apenas por realizar a poda e a retirada de hastes caídas.
Em seguida, a própria pasta enviou uma nota em que afirma estar planejando ações continuadas para os próximos seis meses, com a participação de engenheiros agrô-nomos e biólogos, começando em abril.
“Além disso, são bambus de idade avançada, muitos já senescentes, constantemente submetidos às adversidades que qualquer árvore de ambiente urbano sofre. O que pro-voca, portanto, o tombamento destes vegetais”, diz trecho da nota.
Já a Secretaria Municipal de Sustentabilidade (Secis) disse que “deverá enviar equipes para manutenção e limpeza, além de realização de vistoria e avaliação técnica para o plantio de novas mudas”.
Com as fortes chuvas que atingiram a capital baiana durante o verão, quedas de hastes se tornaram mais frequentes, representando um perigo à segurança de quem passa pelo local, considera Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia.
“Esta parte que cedeu deve passar pelo processo de poda para que a árvore se recomponha naturalmente”, explica Kelmo. O corredor de bambuzal existe desde o final do anos 1940 e foi plantado a partir de espécies que existiam no local, desde os anos 1920. Diante do descaso, a sensação é que este cartão-postal, de mais de 70 anos, está literalmente morrendo.
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