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Bambuzal do aeroporto sofre com falta de replantio e retirada de hastes mortas

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Bambuzal do aeroporto sofre com falta de replantio e retirada de hastes mortas

Em nota, a prefeitura promete ação imediata com engenheiros agrônomos e biólogos

Bambuzal do aeroporto sofre com falta de replantio e retirada de hastes mortas

Foto: Dimitri Argolo/Metropress

Por: Maria Clara Andrade no dia 24 de março de 2022 às 12:53

Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 24 de março de 2022

Alvo  de  disputa  em  2018,  o  bambuzal  que  dá  boas-vindas  a  quem  desembarca  em Salvador se tornou o retrato de um sério descaso.

Naquele  ano,  próximo  às  eleições  presidenciais,  a   prefeitura  de Salvador embargou  uma obra  da  CCR  Metrô,  vinculada  ao  governo  da  Bahia,  por  desmatar  parte  da  área  do  bambuzal. A suspensão visava manter  intacto o cartão-postal  que  é,  por  vezes, o primeiro encanto do turista com a capital baiana.

Quatro  anos  depois,  o  que  os  turistas  e  viajantes  soteropolitanos  veem  são  grandes rombos entre os espaços da vegetação, desmanchando o longo corredor florestal.

Encontrar  os  responsáveis  por  tal  descaso  não  é  tarefa  fácil.  Em  um  primeiro  momento,   ao   ser   procurada   pela   reportagem, a Secretaria  Municipal  de  Manu-tenção  da  Cidade  (Seman)  disse  não  ser  a  encarregada  pelo  replantio do bambuzal,  apenas  por  realizar a poda e a retirada de  hastes caídas.

Em seguida, a própria pasta enviou uma nota em que afirma estar planejando ações continuadas  para  os  próximos  seis  meses,  com  a  participação  de  engenheiros  agrô-nomos e biólogos, começando em abril.

“Além  disso,  são  bambus  de  idade  avançada, muitos já senescentes, constantemente submetidos às adversidades que qualquer árvore de ambiente urbano sofre. O que pro-voca,  portanto,  o  tombamento  destes  vegetais”, diz trecho da nota.

Já a Secretaria Municipal de Sustentabilidade (Secis) disse que “deverá enviar equipes para  manutenção  e  limpeza,  além  de  realização  de  vistoria  e  avaliação  técnica  para  o  plantio de novas mudas”.

Com  as fortes chuvas que atingiram a capital baiana  durante o verão, quedas de hastes se tornaram mais  frequentes, representando um perigo à  segurança de  quem passa pelo local, considera Francisco Kelmo, diretor  do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia.

“Esta parte que cedeu deve passar pelo processo de poda  para que a árvore se recomponha naturalmente”, explica Kelmo. O  corredor de bambuzal  existe  desde  o final do anos 1940 e foi plantado a partir de espécies que existiam no local, desde os anos  1920. Diante  do  descaso, a  sensação  é  que  este cartão-postal,  de  mais  de  70  anos, está literalmente morrendo.