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Arremessando a boia para o adversário do futuro
Essa espera do tempo político ajuda os que não querem punição para quem cometeu graves crimes
Foto: Reprodução
Claro que a eleição nos Estados Unidos interessa ao Brasil e ao mundo, mas ficar aqui lamentando nos terrenos baldios não vai ser solução alguma. O que o Brasil tem que fazer é olhar para sua história recente e tomar suas decisões.
Por exemplo, no circuito do Judiciário, bagrinhos às pencas foram presos depois do 8 de Janeiro, mas há inquéritos em profusão, como fake News e gabinete do ódio, já há mais de 4 anos. O que cabe a fazer agora é julgar o que há para ser julgado sobre militares e Bolsonaro. Condenar quem é culpado e inocentar quem é inocente.
Essa espera do tempo político ajuda os que não querem punição para quem cometeu graves crimes. Esperas levam a armadilhas como a que aconteceu agora em relação à eleição em São Paulo. Pablo Marçal cometeu crimes de fácil e rápida investigação por parte dos tribunais eleitorais. Faltou presteza à Justiça Eleitoral para julgá-lo e decidir a punição. E agora estão numa sinuca, porque o governador
Tarcísio de Freitas, pré-candidato à presidência, também cometeu grave crime eleitoral no dia da eleição, quando disse que o PCC teria ordenado votos em Guilherme Boulos. Tarcísio jogou a boia para Pablo Marçal. Como punir com severidade Pablo Marçal e não punir o pré-candidato dos militares, empresários, partidos políticos de direita, etc?
Uma aposta já dois anos antes da eleição: se escapar da punição, Pablo Marçal vai ser um fortíssimo candidato à presidência da República. Então Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Eduardo Leite que botem as suas barbinhas de molho se esse cidadão não for punido, porque, se ele for candidato, vai ser um candidato fortíssimo na eleição de 2026 e já dá para sentir o cheiro e o barulho.
* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras
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