Censura sob o nome de jornalismo
O que o leitor tem a ver com as obsessões desses detentores do poder de informar ou não informar e desinformar?
Foto: Reprodução
Um assunto batido, mas sempre valioso, é o da censura que se pratica no Brasil sob o nome de Jornalismo. A demissão da ministra do exterior da Argentina na última semana se deu porque o embaixador argentino na ONU votou contra o embargo americano a Cuba. Procurem por aí essa notícia nos jornais, televisão e rádio. Na maior parte dos casos, seria um trabalho absolutamente, um esforço absolutamente inútil.
Não foi dada essa notícia aqui no Brasil pela maior parte dos órgãos de imprensa de notícias em geral, a que eu tive acesso, porque se trata de Cuba. Isso é de uma pobreza mental, uma pobreza política, ética, moral, de um país muito rastaquerda, muito atrasado. Por que não dar essa notícia? Por causa dos Estados Unidos? Por que Cuba é comunista? Qual é a razão da censura? Porque é censura, praticada por jornalistas que se dizem profissionais. O que o leitor tem a ver com as obsessões desses detentores do poder de informar ou não informar e desinformar? É uma vergonha isso para qualquer jornalista profissional que se preze e tenha dignidade e respeito pela sua profissão. É uma vergonha que aconteça com tanta frequência esse tipo de coisa no jornalismo brasileiro.
A propósito, um registro indispensável. Esses embargos que os americanos se dão o direito de praticar ai fora castigam os povos dos países visados por essas decisões dos presidentes democráticos e democratas dos Estados Unidos - sendo democratas, nesse sentido, também os republicanos. Isso não tem outra expliação, senão um ímpeto de violência sob o nome de diplomacia e defesa da democracia. Que democracia os Estados Unidos estão defendendo em Gaza, por exemplo?
Castigar esses povos com embargos não tem absolutamente nenhuma justificativa possível. Os povos não praticaram absolutamente nada que justificasse qualquer castigo. Nem mesmo o povo de Israel, hoje, pode ser acusado pela brutalidade pela monstruosidade que os seus poderosos praticam novos territórios de Gaza, do Líbano, da Cisjordânia. Não é o povo do Estado de Israel que deve responder por isso.
* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras
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