O que a cidade mais rica do Brasil oferece ao país
De repente, essa cidade riquíssima que o Brasil inteiro ajudou e ajuda a enriquecer oferece esse espetáculo com Pablo Marçal
Foto: Reprodução
Apenas em algumas coisas São Paulo realmente exagera, como na adesão empresarial ao bolsonarismo, que não é uma coisa propriamente nacional. Dessas infelicidades nacionais, uma ou outra se acentua muito em São Paulo, mas não chegam a ser particularidades do estado, exceto no que se refere a essa sucessão incrível de maus governantes.
Em São Paulo, de vez em quando, aparece um bom governante, mas o eleitor paulista precisa fazer um balanço do que ele tem conduzido aos poderes municipais, estadual e federal nas eleições. Certamente deixaria decepcionado consigo, porque é um balanço quase inexplicável para uma cidade como São Paulo, a mais rica do país, talvez a mais rica da América Latina, uma população mais instruída do que qualquer outra no Brasil e talvez na América Latina. Uma sucessão incrível de resultados eleitorais negativos e nenhuma perspectiva de melhora. De que vale então essa qualidade toda que São Paulo tem? Essa dinheirama toda? Essas universidades poderosas? De que vale isso para o eleitor?
De repente, essa cidade riquíssima que o Brasil inteiro ajudou e ajuda a enriquecer oferece esse espetáculo com Pablo Marçal. Um ser absolutamente inaceitável como político, como pessoa, como algoz. De onde vem e para onde vai esse eleitorado que de repente está igualando esse Marçal ao primeiro colocado nas pesquisas eleitorais? O eleitor paulista precisa ref letir e nós outros precisamos refletir sobre aquilo que nos iguale ao que há de lamentável na chamada cultura política paulistana.
Mas não é só a cidade de São Paulo que sofre esse processo de decomposição cultural e política. Quase todas. Basta olhar por exemplo para Minas Gerais. O que apareceu de novo lá foi um guri chamado Nicolas ou Ferreira, completamente desatinado a imitar Bolsonaro, Amaral Neto e essas figurinhas. Foi a maior votação de deputado federal no Brasil.
* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras
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