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Sábado, 27 de julho de 2024

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Luiz Tarquínio: 180 anos do criador da licença-maternidade e da vila operária

Luiz Tarquínio: 180 anos do criador da licença-maternidade e da vila operária

Me frustro com a nossa falta de competência para aprender e ensinar sobre nós mesmos

Luiz Tarquínio: 180 anos do criador da licença-maternidade e da vila operária

Foto: Reprodução

Por: James Martins no dia 25 de julho de 2024 às 00:00

Tenho ido nos últimos dias à praia da Boa Viagem para aproveitar, com meu filho João, o “veranico” (uns dias de sol em pleno inverno) com que julho nos presenteia. E não tem uma vez sequer que, ao passar pela Avenida Luiz Tarquínio, não me ponha a pensar e a falar sobre a importância desse mulato baiano, pioneiro da consciência social no Brasil, para muito além da filantropia, e de como o seu exemplo e sua história deveriam ser ensinados e difundidos nas escolas, nas ruas, nas rádios, nos perfis e nas praias. Portanto, aproveito este espaço para fazer um pouco disso, em comemoração aos 180 anos do brilhante empresário, filho de ex-escravizada que criou a primeira Vila Operária do país e, ainda por cima, implantou a licença-maternidade muito antes de o benefício ser legislado.

Pra começar, aposto que a maioria dos leitores, infelizmente, não sabia de nada disso. Para grande parte dos moradores da cidade (e mesmo dos entornos ou da própria avenida) Luiz Tarquínio é só um nome de rua. Como aquele Lopes Chaves do poema de Mário de Andrade. E me frustro com a nossa falta de competência para aprender e ensinar sobre nós mesmos. Tenho certeza de que uma aula na Avenida Luiz Tarquínio, contando a fascinante história desse nosso conterrâneo que era varredor de chão e se tornou um industrial imponente, de cunho abolicionista, culminando com um picolé na praia ali pertinho, seria muito mais interessante para os alunos que a maioria das bobagens que se diz nas salas mal iluminadas das escolas.

Não se sabe a data em que Luiz Tarquínio nasceu, mas certamente foi em 1844. E aproveitei o evento que o IGHB realizou ontem em sua sede para celebrar seus 180 anos, como ensejo para trazê-lo, um pouquinho, ao jornal. O prédio da Companhia Empório Industrial do Norte continua lá. As ruazinhas batizadas de Vila Operária também. Há um monumento de mármore bonito, em frente ao colégio que leva o nome do pai de Santa Dulce dos Pobres. Aliás, Luiz Tarquínio também era Pontes de sobrenome. Seriam parentes? Tudo isso nos deveria fascinar e motivar. Quem sabe a partir desse simples artigo? Oxalá!

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