É hora de fechar a porta
Não há dúvida que a humanidade passa por uma crise de princípios. A classe médica não escapou
Foto: Reprodução
Ao médico não é dado certos direitos, mas são exigidos muitos deveres no rito desta nobre profissão que cuida de seres humanos. O médico não pode julgar seu paciente, seja pelo seu presente, pelo seu passado, pela sua religião, pela sua escolha política, pela sua sexualidade etc.
Diante de um médico, todos os seres humanos, seus pacientes, estão necessitando da sua ajuda, mas dispensam o seu julgamento, nem estão interessados nas suas escolhas religiosas ou ideológicas.
O comportamento ético requer elevado grau de maturidade e isenção para que não fomentem ações discriminatórias ou influências nefastas em políticas públicas de saúde.
Quando um médico se mantém fiel a essas premissas, os seus órgãos de representação também se manterão fiéis a elas. Estarão, portanto, imunizados contra desastrosas infestações pestilentas.
Nos últimos anos, não há dúvida que a humanidade passa por uma crise de princípios. A classe médica não escapou, pois se submeteu às absurdas polarizações ideológicas e comportamentais jamais experimentadas. Não tardou para que condutas heterodoxas - com requinte de desprezo à ciência - circulassem diante da tolerância e leniência de muitos.
Em risco estão os pétreos valores da classe, ao tempo em que abalada ficou a salvaguarda da Medicina Baseada em Evidência Científica. Os ataques à ciência foram impiedosos e o florescimento de uma medicina “fake” nas redes sociais, despudoradamente mentirosa e comercial, torna-se desconcertante para profissionais sérios.Para piorar, a mediocrização do ensino médico no país não permite sonhar com uma reação geracional.
A premissa básica do “primo non nocere” (primeiro não faça mal), se encontra vulnerabilizada. O mal ao indivíduo e à sociedade bate à nossa porta.
É hora de fechá-la a sete chaves!
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