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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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TrumpBiden-BolsoLula: o sistema colapsou e a política não sabe

TrumpBiden-BolsoLula: o sistema colapsou e a política não sabe

E o mais louco é que, se não Bolsonaro em pessoa, por questões jurídicas, o que ele representa segue vivo e muito vivo para a próxima eleição em 2026

TrumpBiden-BolsoLula: o sistema colapsou e a política não sabe

Foto: Reprodução

Por: James Martins no dia 18 de julho de 2024 às 00:50

O que eu tenho a dizer sobre a eleição presidencial nos Estados Unidos não mudou nada com o atentado sofrido por Donald Trump. Para mim, o que importa mesmo é a oscilação entre opções aparentemente tão distintas em espaço tão curto de tempo. Vejam bem, Trump venceu em 2016 com a promessa de salvar a pátria da pasmaceira esquerdista. Quatro anos depois, perde a reeleição para o democrata Joe Biden. Isto é, a salvação deu chabu. Agora, porém, ele reaparece como favorito contra o mesmo Biden, a quem muitos apoiadores pedem pelo amor de Darwin que peça pra cagar e dê o lugar a outro na disputa.

Sabendo que os mandatos duram quatro anos, o que podemos observar é que a insatisfação do eleitorado, isto é, do povo e, mesmo, das instituições, está com prazo cada vez mais curto. E não só nos Estados Unidos. Na Argentina ocorre fenômeno semelhante. Aqui no Brasil também. Muita gente que votou em Bolsonaro contra o PT, depois votou em Lula contra Bolsonaro. E o mais louco é que, se não Bolsonaro em pessoa, por questões jurídicas, o que ele representa segue vivo e muito vivo para a próxima eleição em 2026. É o pêndulo da frustração continuada.

O fato é que mudam os candidatos e, superficialmente, as propostas, mas no fundo o sistema é o mesmo. E a verdade é que o sistema colapsou, não pode mais responder aos nossos anseios. Pois o que a humanidade exausta precisa é de novos paradigmas de vida. Como cantou o poeta: “Ideologia, eu quero uma pra viver”. Pelo visto, porém, não há entre nós capacidade nem coragem para mexer no coração da máquina. Estamos todos tentando dourar a pílula das democracias representativas e das sociedades de consumo, seja mais para um lado ou mais para o outro. 

A frustração é tanta que, se pudessem, os eleitores trocariam de um lado pro outro ainda no meio do mandato. Assim como aconteceu com Dilma. Ou alguém duvida que, nos apoiadores do Impeachment, em 2016, tinha muita gente que votou nela em 14? Enquanto o pêndulo da frustração pendula, vamos discutindo as diferenças partidárias como se fossem realmente coisa muito séria.

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