Desconhecimento no Brasil dos Tarcísios

Há um aspecto que a gente não pode desprezar. Essas eleições dos Tarcisios ocorrem, em grande parte, por um um fator que agora mesmo uma pesquisa Quaest veio a demonstrar mais uma vez: o desconhecimento que a maioria da população tem do que se passa nos Poderes brasileiros.

As perguntas feitas pelo instituto Quaest sobre atualidades, como o problema dos juros, por exemplo, tiveram uma resposta de confessado desconhecimento que corresponde ao que acontece também quando se trata de eleição, quando se trata de decisões graves e fundamentais do Senado, da Câmara dos Deputados, da Presidência da República.

Esse total desconhecimento tem uma inf luência gigantesca nas eleições. É certamente o fator mais importante na constância das eleições. Um fator comum a todas é essa presença imensa do desconhecimento do destino dado ao voto. As pessoas votam sem saber exatamente em quem estão votando pessoas da grande maioria brasileira. Por isso que a gente tem os Tarcísios por aí. De vez em quando, essa maioria essa essa maioria se consolida e se concentra em maior parte em um nome e esse nome se torna o vencedor. Foi o que aconteceu em São Paulo, com Tarcísio e Freitas. Foi o que aconteceu no Brasil para levar o Jair Bolsonaro à presidência.

E vai continuar acontecendo, porque não se vê nenhum esforço brasileiro para reduzir esse desconhecimento, essa essa gigantesca falta de informação sobre as coisas mais essenciais para o exercício da cidadania. No Brasil, as pessoas são cidadãs porque têm um título de eleitor e não porque exercem a sua cidadania participando conscientemente da formação da atualidade e dos caminhos que se abrem no país.

* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras