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Segunda-feira, 15 de julho de 2024

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O tal do mercado

O tal do mercado

Onde estava o mercado quando venderam e compraram as Lojas Americanas sem perceber uma roubalheira de R$ 27,5 bilhões

O tal do mercado

Foto: Reprodução

Por: metro1 no dia 11 de julho de 2024 às 00:23

O tal do mercado na Economia, nas Ciências Sociais é um conceito que, em resumo, traduz os humanos comprando e vendendo seus produtos e serviços. Normal. Mas, quando eu ligo o rádio, a televisão às vezes e vejo as pessoas falando “o mercado”, elas estão falando basicamente de grana, jogo financeiro, Bolsa, etc. Quando você ouvir isso, encoste na parede, tá? Porque note a reverência com que falam “o mercado”, como se fosse um deus, onipresente, onisciente.

Então vamos traduzir um pouco sobre como opera o mercado a partir de grandes eventos deste século. Onde estavam os celebrados controladores finais das Lojas Americanas (Lemann, Telles e Sicupira, etc)? Como os Faria Limers venderam e compraram as Lojas Americanas sem perceber uma roubalheira de R$ 27,5 bilhões? Onde estão os controladores finais quando a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) vai sendo privatizada com ações custando 10% menos do que valem?

Isso é uma atuação dentro do coração do mercado. Agora o maior exemplo deste século sobre o mercado: aquela crise financeira de 2007 a 2009, no nos Estados Unidos, que quebrou e desempregou na Espanha, Grécia, Portugal e mundão afora. Cinco anos depois, o Federal Reserve de Dallas calculou os custos da quebradeira nos EUA em US$ 14 trilhões. Além disso, foram gastos mais US$ 12,6 trilhões em ajuda ao setor financeiro. Ou seja, salvar o setor financeiro dessa gente que fala em neoliberalismo, em estado enxuto e a iniciativa privada custou isso, no dólar de hoje mais de R$ 150 trilhões. Onde estavam as famosas agências de risco, aquelas que dão notas aos países, as rainhas desse mercado?

Uma comparação para a pessoa que não frequenta esse mundo do mercado: se você tem R$ 1 milhão, R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões e o banco quebrar, ela só vai receber R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.

* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras

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