"Havia um lado que despertava para uma visão mais democrática", diz Everaldo de Jesus sobre a Igreja Católica na ditadura

O jornalista Everaldo de Jesus, em entrevista nesta quinta-feira (20) ao Jornal da Bahia no Ar, discutiu a transformação da Igreja Católica durante a ditadura militar. 

Segundo Everaldo, a instituição passou de um apoio inicial ao regime para uma postura de resistência. No começo, a hierarquia e parte da Igreja apoiaram o golpe de 1964, com eventos como a Marcha da Família com Deus, apoiada por figuras religiosas. “Aquele Padre Beito, que na realidade era contratado pela CIA. Eu assistia essa procissão, as senhoras com rosário na mão. Meu Deus, que coisa ridícula”, comentou Everaldo sobre a postura inicial da Igreja.

Com o tempo, muitos dentro da Igreja começaram a se opor ao regime, especialmente a juventude ligada à Juventude Universitária Católica. "Havia um lado da Igreja Católica que já acordava, despertava para uma visão mais democrática da sociedade", destacou Everaldo. À medida que a repressão aumentava, com prisões e mortes, essa postura de resistência se consolidava.

Na Bahia, a atuação da Igreja Católica foi decisiva na luta contra a ditadura. Líderes como Dom Timóteo tiveram um papel fundamental. "Dom Timóteo entrou nesse meio para ser um instrumento de proteção dos movimentos sociais, de proteção desse lado da sociedade baiana que era contra a ditadura".

Confira a entrevista completa: