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O esquema de venda de livros é só a ponta do iceberg do que se transformou a educação, diz Nelson Pretto

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O esquema de venda de livros é só a ponta do iceberg do que se transformou a educação, diz Nelson Pretto

Educador falou debate acerca do esquema de venda de materiais didáticos em escolas particulares é a ponta do iceberg

O esquema de venda de livros é só a ponta do iceberg do que se transformou a educação, diz Nelson Pretto

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 20 de fevereiro de 2025 às 10:37

Atualizado: no dia 20 de fevereiro de 2025 às 10:58

Professor da Universidade Federal da Bahia e mestre em Educação Nelson Pretto comentou a situação educacional do Brasil. Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar nesta quinta-feira (20), o educador alertou que o debate acerca do esquema de venda de materiais didáticos em escolas particulares é a ponta do iceberg, o ponto central, na verdade, é a transformação da educação em uma mercadoria, que transforma o professor em um ator orientado a seguir um roteiro. 

"Isso é a ponta do iceberg, porque há uma combinação de dois grandes grupos que são muito fortes. De um lado, as chamadas plataformas digitais. E vale como plataforma digitais, mas vale também para esses sistemas nas escolas, que é o que a gente conversa aqui sobre os materiais. Mas do outro lado, e conjugando tudo isso, tem os tais reformadores empresariais da educação. Essa expressão é do meu querido amigo Luiz Carlos Freitas, ex-diretor da Faculdade de Educação da Unicamp. Quem são os reformadores empresariais da educação? São os empresários que criam, instalam, implantam fundações, ONGs, associações", disse o educador. 

Segundo Nelson Pretto, ao possuírem ativos na bolsa de valores, o objetivo das escolas é obter lucro. "A educação pública brasileira está sendo colonizada por essa lógica mercadológica. E, obviamente, que no sistema privado, são empresas que têm ativos da bolsa de valores. Então, o objetivo dela é lucro. E aí, claro, para ter mais lucro, elas vão se revestindo de projetos pedagógicos, mas projetos pedagógicos que terminam levando a essa formatação do cidadão", criticou. 

Para ele, o professor acaba se tornando um mero ator no cenário comandado pelas grandes plataformas. "A junção do capital, fazendo lobby e construindo conceitualmente as políticas públicas, e, do outro lado, as plataformas poderosas, que a gente chama de GAFAM - Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft -, dominando do ponto de vista sociotécnico. Quando você junta essas duas coisas, você colonizou a educação pública e o professor é um mero ator de um script desenhado fora. Ele só faz executar ordens. Que educação é essa?", questionou.

Confira a entrevista na íntegra: