Após desabamento, Iphan explica que não houve vistorias recentes na Igreja de São Francisco

Parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como "igreja de ouro", desabou na tarde desta quarta-feira (5), no Centro Histórico de Salvador. Em entrevista à Metropole, o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou que "o dever de conservação da igreja é da ordem franciscana" e que "não existe vistoria sobre todos os imóveis tombados durante todo o tempo". Ele ainda explicou que não ocorreram vistorias recentes no local.

"A fiscalização não acontece todos os dias. Não existe vistoria sobre todos os imóveis tombados durante todo o tempo, não é de praxe. A responsabilidade, como qualquer outro bem que é tombado, é do seu proprietário. O dever de conservação da igreja é da ordem franciscana, que é proprietária desse templo. Quando um problema é detectado, somos chamados para participar, porque é ainda uma questão que envolve não só a competência de patrimônio: envolve outros setores, órgãos que também cuidam das estruturas". Questionado sobre a possilidade de evitar o desabamento, ele alega: "Não é algo aparente e visível. Foi surpresa para todos nós", acrescenta. 

Segundo ele, há a previsão para entre em ação um projeto de restauração do templo em torno de de um ano e meio. "O IPHAN tem mais ou menos 80 anos contribuindo sistematicamente com Igreja de São Francisco, e neste ano especificamente contratou um projeto executivo em torno de 1 milhão e 200 mil para a restauração de toda a igreja e convento", pontua. "Nós entregamos o claustro recentemente, usando um recurso da FDD e agora contratamos com um recurso próprio o projeto de execução de restauro", relembra.