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“Gabinete do ódio não é coisa nova, já existia na ditadura”, explica jornalista Biaggio Talento
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“Gabinete do ódio não é coisa nova, já existia na ditadura”, explica jornalista Biaggio Talento
Biaggio Talento, jornalista, pesquisador e escritor, concedeu entrevista ao Jornal da Metropole no Ar desta quinta-feira (2)
Foto: Reprodução/Youtube
O jornalista e pesquisador Biaggio Talento destacou, através de uma matéria publicada na Folha de São Paulo, que a criação e propagação de fake news no Brasil é uma ação política antiga no país. No Jornal da Metropole no Ar desta quinta-feira (2), o jornalista Biaggio Talento explicou que é um hábito que vem desde a época do regime militar, sendo usado, no período, até para atacar a ala católica que se opunha aos ditadores e suas ações.
“Gabinete do ódio não é coisa nova, já existia na ditadura. Nos anos 80 e 81, a agência do SNI [Serviço Nacional de Informações] em Salvador tinha autonomia, né? Isso é uma característica das agências estaduais, para criar essa história, né? ‘Vamos começar a escrever cartas’. Eles chamavam de descaracterizadas. São cartas forjadas. Os agentes escreveram cartas como se fossem leitores comuns e mandaram para os jornais de Salvador esculhambando o clero progressista, que fazia oposição ao regime militar, o presidente Figueiredo”, revelou Biaggio Talento.
Ele ainda explicou que escreveram 57 falsas cartas ao longo desse tempo, que eram feitas a partir do que acontecia. Então, se um vice progressista dava uma entrevista denunciando alguma tortura ou assassinato, logo uma carta surgia em defesa do regime. Talento reforça que a intenção, em boa parte, era enfraquecer o Clero Progressista tanto da igreja católica, quanto da igreja protestante. Além disso, o jornalista apontou que os ditadores acreditam fielmente que o ato de forjar as cartas resultava exatamente nos seus objetivos
Confira a entrevista completa:
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