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"Ele tinha uma influência grande sobre o ânimo das pessoas", diz cineasta da série sobre João de Deus
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"Ele tinha uma influência grande sobre o ânimo das pessoas", diz cineasta da série sobre João de Deus
Marina Person dirigiu João Sem Deus: A Queda De Abadiânia, série da GloboPlay
Foto: Reprodução/Youtube
As condenações do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, já ultrapassam 64 anos, por abusos sexuais cometidos contra suas pacientes na Casa Dom Inácio de Loyola, o hospital espiritual que ele mantinha em Abadiânia (GO). O caso virou tema da série “João Sem Deus”, da diretora Marina Person. Em entrevista à Rádio Metropole nesta sexta-feira (8), ela afirmou que o médiu "tinha uma forte influência sobre o ânimo" de seus seguidores.
“Muitas pessoas se sentiram, de fato, curadas por ele. Ele tinha uma influência muito grande sobre o ânimo das pessoas. Tem uma parte aí de mistério que não descarto e não sou eu que vou questionar. Quando a gente fez a série, essa era uma de minhas principais preocupações: não desrespeitar as pessoas que se sentiram curadas por ele, mas, ao mesmo tempo, a gente não podia negar os abusos que tinham acontecido”, disse.
A cineasta revelou ainda que inicialmente não via muito sentido em se envolver com a produção, até ser definido que o foco seria contar a história através da perspectiva das vítimas de João de Deus. Ainda de acordo com ela, foram definidas três perfis de mulheres envolvidas neste caso: aquela que tinha muita fé no médium e teve dificuldade de acreditar no que tinha acontecido, outra que foi abusada mas não conseguiu romper o silêncio e ainda a mulher que só foi entender que foi vítima de uma violência depois. “Nosso foco era dar voz às vítimas, mostrar para mulheres que tinham sido abusadas por ele que, muitas vezes, o que elas passaram foi abuso. Porque é difícil as mulheres entenderem que foram abusadas. Tudo é muito complexo”, afirmou.
Apesar de não ser retratado na série, o impacto da prisão de João de Deus em Abadiânia também foi comentado pela cineasta. Segundo ela, a cidade dependia do movimento gerado pelo hospital espiritual, a ponto de taxistas, pousadas e outros empreendimentos pagarem um percentual dos seus rendimentos ao médium. “Foi assim que ele enriqueceu tanto e rápido”, pontuou Person. A série foi gravada no final de 2021, quando João de Deus estava em prisão domiciliar.
Confira a entrevista na íntegra:
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