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"Ele está mandando um recado interno para os militares", diz Bob Fernandes sobre Múcio
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"Ele está mandando um recado interno para os militares", diz Bob Fernandes sobre Múcio
Análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos desta quinta-feira (10)
Foto: Reprodução/Youtube
Declarações do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que na última terça-feira (8), disse que a ideologia e as posições diplomáticas do governo do presidente Lula atrapalham o trabalho da Defesa, chamaram atenção da imprensa nos últimos dias. Para o jornalista Bob Fernandes, a fala do ministro joga contra o próprio governo do qual ele pertence e é um recado claro aos militares. A análise do jornalista foi feita no programa Três Pontos desta quinta-feira (10).
“O que ele fez ali é jogar diante de um sério desentendimento diplomático do Brasil com Israel, ele jogou contra a política do Estado, do governo ao qual ele serve”, apontou Bob Fernandes. A fala do ministro aconteceu em um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que marcou a parceria entre a entidade e a pasta militar. Em seu discurso, Múcio afirmou que houve uma licitação vencida “por Israel”, mas “por questão da guerra” e "questões ideológicas” a concorrência não será aprovada.
"Ele sabe que existe uma oposição feroz dos que apoiam o governo de extrema direita de Israel [...] e ele joga leia nessa fogueira. Ele sabe que isso ajuda a dividir, criar problema e esticar o problema. Em nome do quê ele está fazendo isso? Em nome dos militares. Isso é um recado interno que não deveria jamais ser dado publicamente", disse. Ainda no evento, Múcio atribuiu a falta de exploração de potássio em Autazes, no Amazonas, a "questões ideológicas" do governo, uma vez que a reserva está em terras indígenas. Para Bob, esse é um pensamento típico militar em relação às reservas indígenas.
“Essa frase dele serve como argumento para quem invade terras indígenas para pegar ouro, entope os rios de toneladas de mercúrio ou derruba árvores nas florestas" é uma frase que atiça esse tipo de coisa. Outra frase que ele diz é que tem gente que debita a forças armadas o golpe de 1964, quem diz isso é um político que serviu à Arena desde jovem e aos seus sucessores. Como se o golpe de 1964 não tivesse sido dado exatamente por militares, com apoio de empresários e da mídia”, criticou Bob.
“Ele diz também que devemos creditar às Forças Armadas não termos tido o golpe de 2022. Centenas de militares, por ação ou omissão, participaram da encenação golpista no Brasil. As portas dos quartéis lotadas por 70 dias com apoio tácito ou até discurso de chefes militares são a prova disso. O GSI coalhado de militares que participaram do golpe, militares presentes no 8 de Janeiro fisicamente, quase duas dezenas deles sendo investigados, são a prova evidente e clara disso”, acrescentou.
Confira a análise na íntegra:
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