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Na Metropole, Otto Alencar comenta disputa pela presidência do Senado: "estou pronto para a missão"

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Na Metropole, Otto Alencar comenta disputa pela presidência do Senado: "estou pronto para a missão"

Em entrevista à Rádio Metropole, o senador Otto Alencar (PSD) comenta a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e relembra o episódio de mal estar com o então ministro César Borges por conta das condições das rodovias administradas pela ViaBahia

Na Metropole, Otto Alencar comenta disputa pela presidência do Senado: "estou pronto para a missão"

Foto: Metropress/Filipe Luiz

Por: Metro1 no dia 12 de setembro de 2024 às 11:34

Entrevista realizada no Jornal da Bahia no Ar e publicada originalmente no Jornal Metropole em 12 de setembro de 2024

Mário Kertész: Como você avalia a eleição municipal deste ano no Brasil, inclusive como como a pré-estreia da eleição de 2026, quando serão eleitos um presidente da República, ⅔ do Senado, deputados estaduais, federais e governadores?

Otto Alencar:  Eleição municipal sempre foi quase um retrato do que vai acontecer nas eleições gerais, sobretudo nas capitais. São Paulo está em uma eleição completamente indefinida, vai ter um segundo turno, provavelmente com Guilherme Boulos, Pablo Marçal ou o atual prefeito, Ricardo Nunes. Dois dos três vão para o segundo turno. É uma luta praticamente parecida com a que aconteceu nas eleições presidenciais, ou seja a direita lá representada pelo atual prefeito contra Boulos, que é da esquerda. Agora, chama atenção, por exemplo, o Rio de Janeiro, com a eleição definida com o candidato do meu partido. Em Recife, o aliado do presidente Lula está praticamente eleito, João Campos. Em Goiânia está a mesma coisa de São Paulo. Então tem uma relação muito grande não só com o partido e a estrutura partidária, que ajudam. Mas, sobretudo, é o nome da pessoa, o perfil do candidato, o que eu chamo de carisma, que vai definir.

MK: Você sentada aqui, neste mesmo estúdio, denunciou a ViaBahia, inclusive causou mal-estar entre você e César Borges em 2012, que era o ministro de Transporte de Dilma Rousseff. Como está a situação agora?

OA: Naquela época, eu era secretário da Infraestrutura e tive que fazer uma intervenção em um buraco que impedia a passagem, era uma rodovia federal e tive que tomar a iniciativa pelo governo do estado [...] O caso da ViaBahia está no Tribunal de Contas da União. Existe desde a época de Michel Temer um processo de reequilíbrio da tarifa, que nunca foi feito [...] O TCU precisa de uma decisão, se vai dar um reequilíbrio ou não para a empresa fazer os investimentos necessários. Tem espaço para fazer a terceira pista de um lado e de outro, já passamos, fizemos estudos e tem condição de fazer, inclusive, acostamento, para melhorar a saída de Salvador, que só tem esse caminho.

MK: César Borges chegou a ficar zangado com você? Depois se reaproximaram?

OA: Essas coisas da zanga da política, só guarda ela quem, ao contrário de ter a virtude de esquecer e perdoar, guardar o ódio. São os acumuladores de ódio, não é o meu caso. [Da parte dele], eu não sei. Eu sou livre, não guardo ódio.

MK: Na Câmara dos Deputados, o Republicanos deu uma bela jogada ao tirar Macos Pereira da disputa pela presidência e colocar Hugo Mota. Agora os outros dois candidatos, Elmar Nascimento e Antônio Brito, que é do seu partido, estão se entendendo para buscar outra solução. Qual sua visão sobre isso?

OA: Não era segredo que Hugo Mota era considerado por todos que conheciam o processo de sucessão na Câmara como o terceiro nome para a disputa, se não desse certo para Elmar, Brito e Marcos Pereira, seria um nome que todo mundo apoiaria. Só que não teve isso então, teve uma reação do próprio Elmar que sonhava ser o candidato do Lira, teve uma reação de Antônio Brito e Marcos Pereira, que apoiou, mas não levou os votos. Transferência de votos é uma coisa difícil, tanto nas Casas Legislativas quanto na eleição que o povo escolhe. Então vai ter certamente uma eleição que me parece não vai ter unanimidade. Não será como foi a de Artur Lira, que teve a maior votação da história da Câmara dos Deputados. Na minha opinião, está indefinido.

MK: Isso significa que pode ser eleito uma pessoa que não seja ligado a Arthur Lira, apesar de todo o poder dele? Dizem até que Elmar ficou chateado com Lira.

OA: Ele tinha certeza que seria o indicado do Lira. Foi uma surpresa [...] Quem indicou Hugo Mota não foi só o Marcos Pereira é claro que foi com o aval de Arthur Lira, por isso desencadeou essa crise. Elmar ficou muito chateado. Tomou, como a gente chama aqui na Bahia, um um balão, não foi indicado. A esquerda não se manifestou ainda. Tem lá em torno de 150 votos, é o fiel da balança, porque aquele que tiver 120 ou 130 e conseguiu aval dos partidos da esquerda certamente vai levar.