Arlete Soares fala de exposição que celebra 35 anos da Casa do Benin: "Me surpreendeu muito"

A fotógrafa Arlete Soares, em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (31), falou sobre o seu acervo que será exposto em comemoração aos 35 anos da Casa do Benin, museu localizado no Pelourinho.

O "Lapso Temporal" mostra os meandros do Projeto Benin-Bahia, que deu origem à Casa do Benin, criada durante a administração do então prefeito Mário Kértesz. A exposição começa nesta segunda, e ficará até o fim de dezembro. "É uma exposição que eu nunca tinha visto na vida. Os curadores são bem jovens, transgressores. Tem fotos impressas em tecidos, que se movem, fotos em tamanho real. É uma exposição fantástica. Já vi muita exposição, mas essa me surpreende muito", disse a fotógrafa.

A equipe curatorial é formada por cinco artistas baianos, com parceria da antropóloga Goli Guerreiro: Álex Ígbò, Diego Araúja, Laís Machado, Rogério Felix e a própria Lia Krucken. Esse núcleo trabalhou ao lado de Arlete Soares para a montagem da exposição. A expografia é de JeisiEkê de Lundu, mulher trans, artista visual, escritora e performer, e o projeto gráfico é da editora soteropolitana Duna. 

A Casa, criada para reforçar o intercâmbio sociocultural e político entre a África e o Brasil, tinha Arlete Soares como diretora da Fundação Gregório de Mattos, que até hoje administra o espaço. Foram feitas cinco viagens, no total, ao país para abastecer o projeto, conforme lembrança da fotógrafa.

"Trouxemos muitas peças do Benin, ganhamos muitas peças que estao todas expostas, de madeira, de ferro, de bronze. A primeira delegação do projeto foi a primeira delegação do Brasil a visistar o Benin depois da abolição da escravatura. E lá fomos bem recebidos, todo mundo com bandeira da Bahia, do Brasil. Mário estava com o leme na mão e sabia onde queria chegar, e isso foi muito importante", contou Arlete.

Veja a entrevista: