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Verba publicitária do governo Bolsonaro foi utilizada em sites de jogos de azar e de fake news

Política

Verba publicitária do governo Bolsonaro foi utilizada em sites de jogos de azar e de fake news

Os anúncios, referentes à campanha da reforma da Previdência, apareceram também em portais infantis, sendo um com conteúdo todo em russo

Verba publicitária do governo Bolsonaro foi utilizada em sites de jogos de azar e de fake news

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 09 de maio de 2020 às 10:00

O governo de Jair Bolsonaro fez uso de verbas públicas de publicidade em sites de jogos de azar, de fake news e infantis durante campanha para reforma da Previdência. Recursos dos cofres públicos também foram destinados a canal do YouTube que apoia o presidente. As informações são da Folha. 

A análise foi feita a partir de planilhas enviadas pela Secretaria Especial de Comunicação da Presidência, por determinação da Controladoria-Geral da União. Os documentos apontam que, dos 20 canais no YouTube que mais veicularam os anúncios, 14 têm o público-alvo infantil, como o Turma da Mônica e o Planeta Gêmeas.

Outro canal em que a publicidade apareceu foi o Get Movies, que, além de destinado a crianças, tem todo o conteúdo em russo. Neste, 101,5 mil anúncios foram veiculados. O site infantil Kids Fun aparece no topo da lista, com 469,7 mil anúncios.

Outro portal em que apareceu a propaganda do governo, mais de 319 mil vezes, foi um em que eram anunciados resultados do jogo do bicho, prática ilegal no Brasil. Além disso, sites de fake news, como o Sempre Questione e Diário do Brasil, somam pelo menos 102,9 mil veiculações. O canal Bolsonaro TV, o site do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, além dos aplicativos Brazilian Trump, Top Bolsonaro Wallpapers e Presidente Jair Bolsonaro também receberam a publicidade.

Os espaços para publicidade foram comprados por meio do Google Adsense, em que o anunciante pode selecionar o tipo de público que quer atingir, além de quais palavras-chave devem ser vetadas e que sites deseja que evitem a veiculação, a partir da categoria do seu conteúdo, como infantil, político, com temas ilegais ou pornografia.