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‘Whatsapp fornece ambiente propício para a divulgação de fake news’, diz pesquisador

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‘Whatsapp fornece ambiente propício para a divulgação de fake news’, diz pesquisador

Chagas afirmou ainda que o Whatsapp é, de fato, um espaço de movimentação política, em especial no período eleitoral

‘Whatsapp fornece ambiente propício para a divulgação de fake news’, diz pesquisador

Foto: Divulgação

Por: Marina Hortélio no dia 07 de novembro de 2018 às 14:10

Durante o período eleitoral, muitas informações, inclusive fake news, foram compartilhadas pelo aplicativo Whatsapp. A movimentação dos grupos de mensagens no app é o objeto de estudo do professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital, Viktor Chagas, que analisou 124 agrupamentos na ferramenta de compartilhamento de mensagens de base conservadora.

O grupo debate o papel do WhatsApp nas eleições 2018 no dia 12 deste mês, na Faculdade de Comunicação da Ufba, às 9h30.

No cerne do debate sobre a ação de empresas de envio de massa de mensagens em prol de políticos, o professor afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, que não é possível especular sobre o uso dos serviços pelas campanhas, mas que a presença de números estrangeiros em grupos políticos chama a atenção dos pesquisadores.

“Tem um conjunto de números estrangeiros que participam de forma absolutamente regular. A gente sabe que muitos desses serviços de disparo de mensagens em massa costumam trabalhar alternando os números justamente para evitar que sejam identificados picos de disseminação de mensagens”, afirmou o pesquisador ao fazer a relação entre o funcionamento das empresas de disparo de mensagens com a movimentação em grupos de base conservadora no Brasil.

Chagas afirmou ainda que o Whatsapp é, de fato, um espaço de movimentação política, em especial no período eleitoral. “Imediatamente depois do segundo turno, a gente viu uma saída considerável de usuários destes grupos, o que identifica que muitos tinham uma participação espontânea, eram pessoas interessadas na campanha e uma vez encerrada a campanha, elas entendiam que aquele grupo já não tinha mais utilidade”, disse.

Para o pesquisador em democracia digital, a ferramenta tem um funcionamento pouco transparente, o que faz com que a disseminação de fake news possa ocorrer mais livremente. “O grande problema é justamente o fato de que o Whatsapp fornece esse ambiente absolutamente propício para a divulgação de fake news. A plataforma se constrói de forma muito pouco transparente. A gente tem pouco acesso na trajetória de circulação deste tipo de conteúdo”, relatou Chagas.