Política
Haddad critica modelo fiscal de Milei e alerta: "Lula não pode deixar 60% da população na pobreza"
Para Haddad um ajuste fiscal eficaz deve estar atrelado ao crescimento econômico
Foto: Reprodução/YoutubeFolhadeSP
Em entrevista à Mônica Bergamo, divulgada nesta terça-feira (15) pela Folha de São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou que o presidente Lula não pode seguir o modelo de ajuste fiscal adotado por Javier Milei, na Argentina. “Olha o que está acontecendo na Argentina, 60% das pessoas abaixo da linha da pobreza”, criticou.
Ele também afirmou que sua responsabilidade vai além de apresentar planilhas ao presidente e convencer a opinião pública de que cortes são necessários para o país. “Então, o papel do ministro da Fazenda não é só apresentar uma planilha para o presidente, porque é a coisa mais fácil do mundo. Para apresentar uma planilha, você chama qualquer economista, ele vem e apresenta para você a planilha. É fácil, corta aqui, corta aqui, corta aqui. Vai aprovar no Congresso. Vai aprovar junto à opinião pública. Vai convencer a opinião pública que aquilo é necessário para o Brasil crescer. Às vezes você pensa que empurrando o problema, tudo vai. Como o governo anterior fez, vamos empurrar isso. A gente ganha e resolve depois.”, disse o ministro.
Para Haddad um ajuste fiscal eficaz deve estar atrelado ao crescimento econômico e à manutenção de baixa inflação, como formas de proteger a população mais pobre. “O que que protege mais os pobres do ponto de vista intertemporal, é não ter inflação. É você ter crescimento com baixa inflação. Eu sou fã do crescimento, e eu penso que um país como o Brasil é inviável fazer ajuste sem crescimento, então você tem que combinar isso” defendeu.
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