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Bolsonaro abre sabatina do Jornal Nacional; veja destaques
O Metro1 selecionou os momentos que mais se destacaram na entrevista que aconteceu na noite de segunda-feira (22)
Foto: Reprodução/TV Globo
A sabatina do Jornal Nacional ao presidente Jair Bolsonaro, na noite de segunda-feira (22), foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Entrevistado pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, o candidato respondeu perguntas sobre a pandemia, os ataques antidemocráticos e as queimadas na Amazônia. O Metro1 selecionou os momentos que mais se destacaram na entrevista.
A entrevista começou com o candidato acusando o jornalista de criar fake news, ao afirmar que o presidente havia xingado ministros. “Primeiro, você não está falando a verdade quando fala xingar ministro. Isso não existe e é fake news da sua parte”, disparou o presidente.
Ao final da resposta do candidato, Bonner relembrou o episódio em que Bolsonaro chamou Alexandre de Moraes de “canalha”. O candidato, então, se defendeu, afirmando que foi atacado primeiro.
“Quem vem sendo perseguido o tempo todo por um ministro do Supremo sou eu, num inquérito completamente ilegal e as medidas que estavam sendo tomadas por esse ministro eram contestáveis. Lá atrás, inclusive, a procuradora Raquel Dodge deu um parecer para que esse inquérito deixe de existir e continua existindo. A temperatura subiu. Hoje em dia, pelo que tudo indica, está pacificado. Espero que seja uma página virada”, afirmou o presidente.
Outro destaque da entrevista foi o momento em que o jornalista perguntou se o presidente aceitará o resultado das urnas, caso não saia vitorioso. Bolsonaro declarou que respeitará “se tivermos eleições limpas e transparentes”. Não satisfeito, Bonner insistiu na pergunta por diversas vezes, afirmando que o Brasil tem um sistema eleitoral comprovadamente confiável e transparente. O candidato, que repetiu a mesma resposta, finalizou sugerindo colocar um ponto final no assunto.
ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS
Perguntado sobre as manifestações anti-democráticas, Bolsonaro disse que considera como liberdade de expressão. “Quando alguns falam em fechar o Congresso é liberdade de expressão deles. Eu não levo por esse lado. E, para mim, isso aí faz parte da democracia, eu não posso é eu ameaçar fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
“Então, Bonner, eu não vejo nada de mais, vejo como liberdade de expressão como alguns falam em AI5. Nem existe mais AI5. Você querer punir alguém por ter levantado uma faixa no meio da multidão AI5, isso é uma coisa que no meu entender não leva a algum”, continuou o candidato.
PANDEMIA
Renata Vasconcellos questionou o presidente sobre o comportamento dele durante a pandemia. A jornalista citou falas como “não sou coveiro” e “quem se vacinar pode virar jacaré”.
“Isso não é brincadeira. Isso faz parte da literatura portuguesa. Brincadeira, num momento difícil para o Brasil, [foi] a imprensa desautorizar os médicos pela sua liberdade em clinicar. Esse foi o grande problema. Eu não errei nada no que eu falei. Falei no início da pandemia, que devíamos tratar dos idosos, pessoas com comorbidades, e o resto, a população trabalhar. Hoje, muitos países já falam que o lockdown foi um erro”, afirmou.
QUEIMADAS NA AMAZÔNIA
Perguntado sobre as queimadas na Floresta Amazônica, Bolsonaro afirmou que tentou, nos primeiros dois anos de seu mandato, fazer a regularização fundiária para saber qualquer local desmatado ou com foco de calor, e o proprietário daquela área.
“O presidente da Câmara não colaborou para colocar essa proposta adiante. Quando se fala na Amazônia, porque não se fala na França que há mais de 30 dias tá pegando fogo? A mesma coisa está pegando fogo na Espanha e Portugal? Califórnia pega fogo todo ano. No Brasil, infelizmente, não é diferente. Acontece… Grande parte disso aí, alguma parte é criminoso, sei disso. Outra parte não é criminoso, é o ribeirinho que toca fogo ali na sua fogueira… É natural. O pantanal sul-matogrossense é comum pegar fogo de forma espontânea”, declarou.
O presidente afirmou ainda que existe abuso de uma parte. Questionado pela jornalista, o presidente afirmou que se referia ao próprio Ibama. “O que diz a lei? Um trator, por exemplo, você tem que tocar fogo se não puder retirar daquele local. O que o pessoal do Ibama faz? Taca fogo mesmo podendo retirar o material de lá [...] A minha orientação é cumprir a lei. A Amazônia é do tamanho da Europa Ocidental, ali na Amazônia cabem a Alemanha, uma França, Itália, Portugal, um montão de países. Você pensa que fiscalizar e evitar pegar fogo é ‘assim, vamos lá’?”, declarou.
RELAÇÃO COM O ‘CENTRÃO’
Ao ser questionado sobre sua relação com o chamado Centrão, mesmo após afirmar, durante a campanha, que não se curvaria a ele, Bolsonaro disparou contra Bonner: “você está me estimulando a ser ditador”.
“Porque o centrão são mais de 300 parlamentares. Se eu deixá-los de lado, eu vou governar com quem? Não vou governar com o parlamento. Então você está me estimulando a ser ditador. São 513 deputados, 300 são de partidos de centro, pejorativamente são chamados de ‘centrão’. O lado de lá, 200 que sobram, pessoal do PT, PCdoB, PSOL, Rede, não dá para você conversar com eles [...] Os partidos de centro que fazem grande parte da base do governo para que possamos avançar em reformas”, disse.
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