Inscreva-se no Programa de bolsa e treinamento para estagiários em comunicação na Metropole>>

Quarta-feira, 02 de abril de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Metropolítica

/

Se Jerônimo não entrar em campo, Junior Muniz será eleito primeiro vice da Alba, preveem líderes da base

Metropolítica

Por Jairo Costa Júnior

Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder

Se Jerônimo não entrar em campo, Junior Muniz será eleito primeiro vice da Alba, preveem líderes da base

Avaliação é de que candidatura surpresa de deputado do PT, que criou mal-estar na bancada do partido, só será retirada em favor da também petista Fátima Nunes por um pedido pessoal do governador

Se Jerônimo não entrar em campo, Junior Muniz será eleito primeiro vice da Alba, preveem líderes da base

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 31 de março de 2025 às 19:07

Atualizado: no dia 31 de março de 2025 às 20:12

Caso o governador Jerônimo Rodrigues não entre pessoalmente em campo até os 45 minutos do segundo tempo, o deputado estadual Júnior Muniz (PT) tem grandes chances de ser eleito na tarde de terça-feira (1) primeiro vice-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), contra as diretrizes da bancada do próprio partido, cuja maioria dos nove integrantes anunciaram previamente apoio à petista Fátima Nunes. Parlamentares com influência na base aliada ouvidos pela coluna asseguram que Muniz só recuaria da candidatura por um pedido direto do governador. "Pelas últimas conversas que tivemos, ele deixou claro que não adianta apenas a palavra da articulação política do Palácio de Ondina. Tem que ser a de Jerônimo", destacou um cacique governista com status de liderança na Alba.

Para entender
Semana passada, Junior Muniz causou um fuzuê no plenário da Alba ao apresentar candidatura de última hora ao segundo cargo mais importante na Mesa Diretora do Legislativo estadual. Até então, o caminho estava pavimentado para Fátima Nunes, que reuniu o apoio de sete deputados petistas. Muniz e Euclides Fernandes foram os dois únicos membros do partido na Casa que não endossaram a indicação de Fátima Nunes. "Se a bancada do PT não tivesse derrubado a sessão de quarta-feira (26), ele teria sido eleito naquele dia mesmo, com pelo menos 45 dos 63 votos. E se seguir no páreo ganhará, sem sombra de dúvida", avaliou um parlamentar da oposição, para quem Junior Muniz tem a adesão integral da minoria e de boa parte do bloco do governo.

Nariz torcido
Líderes dos polos de poder na Alba afirmaram que a vantagem de Júnior Muniz no páreo tem como pano de fundo o alto nível de resistência interna a Fátima Nunes. "A imensa maioria dos pares fala abertamente que não votaria nela nem se fosse candidata única. Na verdade, muito provavelmente Fátima perderia para ela mesmo. Somaria menos votos dos que os 32 necessários e ainda ficaria com número menor de brancos e nulos. Não sei como o PT fará para arrumar a bagunça que criou", ponderou um deputado governista, ao revelar que o mesmo cenário foi apresentado à nova presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD), entusiasta da ida da petista para a primeira-vice da Casa.

Segue o baile
Contactado pela Metropolítica, Junior Muniz assegurou que não está com a menor disposição de retirar a candidatura em favor de Fátima Nunes. "Veja bem. Sou do PT, tenho apoio majoritário do colegiado, pertenço à base aliada e me considero amigo do governador. Sempre fui leal a ele quando muitos outros deram as costas, especialmente antes e durante a corrida eleitoral de 2022. Lembro que muitos sequer queriam aparecer ao lado de Jerônimo no material de campanha, apenas com Lula. Eu não fiz isso. Estou apto e possuo todas as credenciais para concorrer à primeira vice-presidência. Um bate-chapa não será bom para ninguém, e o PT terá que encontrar o consenso. Recuar está fora de questão, mas vou reforçar o seguinte: eu sou soldado do governador", ressaltou o petista.

Me inclua fora dessa
Em contrapartida, segundo apurou a Metropolítica, Jerônimo foi aconselhado a manter distância regulamentar e a deixar que a bancada do PT resolva a própria lambança. Em linhas gerais, o argumento é de que Fátima Nunes não tem capilaridade para vencer Junior Muniz e que o governador corre sérios riscos de virar sócio da derrota caso atue em favor da deputada. "Há um aspecto que deve entrar na equação: será uma eleição com voto secreto, e qualquer um do mundo político sabe que esse é um prato cheio para traições e acertos de contas", afirmou um parlamentar com longa trajetória na Alba.

Elo frágil
Tanto na base aliada quanto na oposição, a crise gerada no PT pelo bate-chapa surpresa reflete a fragilidade do líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto. De maneira unânime, todas as fontes ouvidas pela coluna imputaram o confronto no partido às insatisfações de deputados da base com a condução de Rosemberg à frente do grupo.

Ajuste de contas
O Tribunal de Contas da União (TCU) aplicou uma punição milionária a dois ex-prefeitos de Irecê por irregularidades no uso de verbas destinadas pelo extinto Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o primeiro governo Dilma Rousseff (2010-2014). No controle da prefeitura da cidade de 2009 a 2012, Zé das Virgens (PT) foi condenado a ressarcir os cofres públicos em aproximadamente R$ 1,4 milhão por não ter comprovado a utilização de recursos voltados a implementar tecnologias de acesso à água para produção de alimentos em regime agrícola de subsistência. Já Luizinho Sobral, que comandou Irecê de 2013 a 2016 pelo extinto PTN, terá que indenizar o erário em cerca de R$ 860 mil pela mesma razão.

Taxa extra
A decisão do TCU impôs ainda a Zé das Virgens e Luizinho Sobral multas de R$ 270 mil e R$ 160 mil, respectivamente. Os repasses da União tinham como destinatário o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território de Irecê, projeto criado com objetivo de combater a fome no campo e reduzir as desigualdades de renda, por meio de maior acesso a recursos hídricos.

Operação de subtrair
Entusiastas do acordo para criar uma federação partidária entre PP e União Brasil veem problemas para as duas siglas nas eleições municipais de 2028. Isso porque o retrospecto das federações nas urnas em 2024 pesou negativamente no cálculo, já que legendas com experiências semelhantes - caso do PT-PCdoB-PV e PSDB-Cidadania - viram o número de prefeitos eleitos minguar ano passado, no comparativo com 2020.