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Jerônimo vai mudar comando das secretarias de Agricultura e da Igualdade Racial na próxima dança de cadeiras do governo

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Por Jairo Costa Júnior

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Jerônimo vai mudar comando das secretarias de Agricultura e da Igualdade Racial na próxima dança de cadeiras do governo

Saída de Ângela Guimarães tem como pano de fundo conflitos internos; já exoneração de Tum atende interesses do Avante

Jerônimo vai mudar comando das secretarias de Agricultura e da Igualdade Racial na próxima dança de cadeiras do governo

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 16 de novembro de 2024 às 09:21

Integrantes do alto escalão do Palácio de Ondina dão como certa a troca de comando em pelo menos duas secretarias do governo Jerônimo Rodrigues (PT).  A começar pela pasta de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), que cuida também das políticas públicas do estado para povos e comunidades tradicionais, chefiada pela professora e socióloga Ângela Guimarães. Segundo apurou a Metropolítica, a saída de Ângela, indicada pela cota do PCdoB, tem origem em uma série de conflitos internos entre a secretária e maioria dos auxiliares mais próximos, cujas queixas recorrentes chegaram aos ouvidos do governador e da cúpula do partido, incluindo a deputada estadual Olívia Santana, responsável por sua nomeação para a Sepromi. Em conversas reservadas com a coluna, lideranças do próprio PCdoB garantem que a dança de cadeira já interessa à própria Olívia, tamanho o nível de insatisfação com a postura da aliada. No entanto, não se tem certeza ainda de quem a parlamentar vai indicar para substituí-la.

Terreno arado
Outra pasta que aparece na lista de mudanças definidas pelo governador é a Secretaria de Agricultura (Seagri), atualmente dirigida pelo ex-deputado estadual Wallyson Torres, o Tum (Avante). Nesse caso, a saída tem a ver com a cobiça da nova cúpula do Avante pela Seagri. Mais precisamente, o ex-deputado federal Ronaldo Carletto, presidente da legenda na Bahia. Embora pertença ao partido, Tum assumiu o posto pela fatia de cargos destinados por Jerônimo ao deputado federal Pastor Sargento Isidório, que perdeu tanto o controle da sigla para Carletto quanto a densidade eleitoral na última corrida pelo Congresso, em 2022 . Para completar, Tum também não conseguiu emplacar o aliado, João Vilinei (PT), na disputa pela prefeitura de Casa Nova, sua principal base de votos. 

Nome no jogo
No momento, a bolsa de apostas aponta para a nomeação do ex-deputado estadual Pablo Barrozo na Seagri, ainda que ele tenha negado em recentes declarações à imprensa . Ex-membro da tropa de choque da oposição ao PT, Barrozo rompeu este ano com o grupo político liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), de quem era amigo pessoal, deixou o PSDB, ingressou no Avante e se tornou homem de confiança de Carletto. Mesmo que a ida para a pasta de Agricultura não vingue, Barrozo é tido como nome certo em um cargo de destaque no primeiro ou segundo escalões do governo. 

Agora, só depois
Para membros do secretariado de Jerônimo, o governador ainda não definiu quando ocorrerão as mudanças na sua equipe e nem se elas serão feitas nos primeiros dias de janeiro ou somente após o carnaval. Entretanto, caciques da base governista defendem que as alterações sejam feitas logo no início do próximo ano, para não perder tempo na caminhada para o duelo que será travado com o União Brasil em 2026. 

Feira dos sonhos 
No rol de especulações, interlocutores com passe livre na Governadoria garantem que Jerônimo Rodrigues quer a secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, à frente da Casa Civil, considerada a mais importante e estratégica função no Executivo, hoje tocada pelo deputado federal licenciado Afonso Florence (PT). Fora o desempenho bem avaliado na chefia da Sesab e dos elogios à capacidade de dialogar com cardeais dos mais diversos partidos da base, característica essencial para o cargo, Roberta é parceira de longa data de Jerônimo. Ao mesmo tempo, nasceu e iniciou a trajetória política em Feira de Santana. Trocando em miúdos, por trás da eventual ida de Roberta para a Casa Civil está também o desejo concreto de lançá-la como candidata do PT na batalha pela prefeitura da maior cidade do interior baiano em 2028. 

Dupla dinâmica
Quem sonha com qualquer mal-estar entre ACM Neto e o prefeito Bruno Reis (União Brasil), fruto de uma suposta ciumeira do criador com a alta popularidade da criatura, pode sentar na porta de casa e esperar um bocado. Pelo menos foi o que deu para traduzir quando ambos, na tarde desta quinta-feira (14), embarcaram juntos em um voo da Latam que partiu de Salvador por volta das 15h45 e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo,  às 18h05. Como viajaram de classe executiva, não deu para os curiosos saberem o que ambos fariam na capital paulista em pleno feriadão, se era agenda política, vida pessoal ou as duas coisas.

Seleção dos esquecidos 
Passou despercebido pela imprensa o alto número de deputados estaduais que não receberam um voto sequer na escolha dos quatro vencedores do prêmio Destaque Parlamentar da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) em 2024. No total, 23 deputados foram solenemente ignorados pelos jornalistas credenciados a votar pela Alba: Antonio Henrique Júnior (PP), Binho Galinha (PRD), Bobô (PCdoB), Cafu Barreto (PSD), Cláudia Oliveira (PSD), Diego Castro (PL), Eduardo Alencar (PSD), Euclides Fernandes (PT), Eures Ribeiro (PSD), Fabrício Falcão (PCdoB), José de Arimatéia (Republicanos), Jurailton Santos (Republicanos), Kátia Oliveira (União Brasil), Laerte do Vando (Podemos), Marcelino Galo (PT), Maria del Carmen (PT), Nelson Leal (PP), Patrick Lopes (Avante), Ricardo Rodrigues (PSD), Roberto Carlos (PV), Rogério Andrade (MDB), Zé Raimundo (PT) e Zó (PCdoB). Das três, uma: ou são vistos como inexpressivos pelos jornalistas ou não sabem se promover ou, o que também é provável, não se dedicaram à boca de urna como a maior parte dos vencedores.

Olho no lance
Após a Metropolítica revelar que todos os desembargadores em atividade no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) ganhavam salários muito acima do teto constitucional dos servidores públicos, estipulado hoje em R$ 44 mil, fontes graduadas do Conselho Nacional de Justiça garantem que o CNJ pretende colocar a lupa nos processos administrativos que deram origem a indenizações de grande valor pagas para magistrados que ocupam o andar de cima do TJ. A desconfiança é que parte dos penduricalhos não teria abrigo legal