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Silêncio de líderes eleva nível de suspense na disputa entre Motta, Elmar e Brito pela Câmara, avaliam deputados baianos

Metropolítica

Por Jairo Costa Júnior

Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder

Silêncio de líderes eleva nível de suspense na disputa entre Motta, Elmar e Brito pela Câmara, avaliam deputados baianos

Lira, líderes do PP, centrão e governo Lula adotam a mudez em meio às costuras pela presidência da Casa

Silêncio de líderes eleva nível de suspense na disputa entre Motta, Elmar e Brito pela Câmara, avaliam deputados baianos

Foto: Reprodução

Por: Jairo Costa Jr. no dia 15 de outubro de 2024 às 20:33

Atualizado: no dia 15 de outubro de 2024 às 21:12

O silêncio adotado pelos cardeais dos partidos da base aliada ao governo Lula e da oposição, sobretudo os de partidos que estão na órbita centrão, ampliaram o nível de indefinição em torno da disputa pelo controle da Câmara dos Deputados consultados pela Metropolítica. Desde que surpreendeu o Congresso ao tirar o baiano Elmar Nascimento (União Brasil) do radar e hipotecar apoio ao paraibano Hugo Motta (Republicanos), o atual presidente da Casa, Artur Lira (PP-AL), mantém distância máxima do assunto e evita comentar as articulações para a sucessão no Parlamento durante contatos com a imprensa.  "No PP, por exemplo, não é só ele quem está mudo", disse um parlamentar da Bahia bastante ligado a Lira, ao apontar ainda os silêncios do líder do partido na Câmara, Doutor Luzinho (RJ), e do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional da legenda . "Essa postura impede qualquer avaliação precisa sobre o jogo que está sendo jogado no momento", emendou.

Entra e sai
A articulação política do Palácio do Planalto, do PT e outros partidos expressivos, a exemplo do MDB, PT e PSD, também elevou a atmosfera de suspense sobre a batalha pela presidência da Câmara. "É realmente estranho que ninguém com posto de destaque esteja falando de modo mais assertivo a respeito da tendência de apoio na sucessão de Artur Lira. Talvez estejam esperando apenas o resultado do segundo turno para tirar o assunto das sombras. O que nós temos detectado é que o govermo Lula vem agindo na surdina, sem deixar as digitais no processo. Aliás, não tem nada ocorrendo às claras", poderou outro deputado baiano com assento privilegiado no centrão. Fora Elmar Nascimento e Hugo Motta, o baiano Antônio Brito (PSD) está no páreo pelo cargo.

Exercício de futurologia
Nos últimos dias, a bancada do PL, a maior da casa com mais de 90 parlamentares em exercício, sinalizou adesão à candidaura de Motta. "Pelo que vimos recentemente em Brasília, o MDB indica tendência de seguir a mesma direção. Se os cerca de 80 deputados da federação do PT, PCdoB e PV fecharem questão a favor dele, vai ser difícil segurá-lo. Do lado de Elmar, creio que o União Brasil e PSB estão ao lado dele. Há a possibilidade de que Brito renuncie em favor de Elmar e leve com ele boa parte dos votos do PSD. Aí a coisa pode ficar mais equilibrada e deixar tudo mais indefinido do que já está", analisou um deputado que pertence à tropa de choque de Elmar na Câmara.

Convicção tripartite
Para todas as fontes ouvidas, há mais três certezas sobre a sucessão, além da impossibilidade de se fazer uma projeção segura sobre o resultado nas atuais condições de temperatura e pressão. A primeira é de a posição de Lula, mesmo que longe dos holofotes, terá peso decisivo no placar, independentemente de quem receber seu apoio. A segunda, que os favores feitos por Elmar Nascimento a um punhado de parlamentares não podem ser descartados. Por fim, que o voto secreto deve entrar na contabilidade dos envolvidos. Uma das grandes máximas nas altas rodas do poder em Brasília é que voto secreto dá uma vontade danada de trair.      
Muro das lamentações
É grande o pote de mágoas alimentado por vereadores da bancada de oposição ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) que derraparam na tentativa de renovar o mandato em outubro. Sobretudo entre os três petistas dos quatro atuais integrantes da bancada petista na Câmara Municipal que não conseguiram se reeleger: Tiago Ferreira, Suíca e Arnando Lessa. Em conversa com os pares na Casa, o trio atribuiu o mau desempenho nas urnas a um susposto desleixo do comando político do governo Jerônimo Rodrigues e do próprio partido em relação à corrida pelo Legislativo na capital. 

Nada nosso!
"Acho que esse desinteresse contribuiu muito mais do que a pouca competitividade da chapa de Geraldo Jr. (vice-governador e cadidato do MDB em Salvador pela base aliada ao PT)", disse à culuna um dirigente petista em Salvador, ao se queixar também de um eventual esforço da cúpula governista para privilegiar Marta Rodrigues, única vereadora do PT reeleita este ano e irmã do governador. 

Semente da discórdia
Aliados do vice-governador culpam bastante o coodenador executivo da campanha de Geraldo Jr., Henrique Carballal, pelos erros na condução da estatégia voltada à sucessão na capital. Vereador licenciado, Carballal foi classificado como "desagregador" por interlocutores próximos ao emedebista e acusado de deixar a campanha navegar à deriva. No meio da disputa, por exemplo, acionou judicialmente o presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes, que também integrava a coordenação de Geraldo Jr. Fora as rotineiras rusgas com o PT nos últimos dois meses. 

Soneto da disritmia
Longe da coordenação política, a condução da campanha de Geraldo Jr. do ponto de vista do marketing ainda ocupa o topo da lista de grandes erros cometidos na batalha eleitoral em Salvador. A radiografia é de que houve forte descompasso entre a comunicação e o candidato, especialmente a tentativa de ajustá-lo a um molde que não combinava com ele.  A falta de uma pauta que dialogasse com a cidade e o eleitorado foi considerada a cereja do bolo. 

Feira de sondagens
Após o site Política Livre divulgar nesta terça a nova pesquisa da P&A sobre o segundo turno em Camaçari - onde Flávio Matos (União Brasil) e Luiz Caetano (PT) aparecem em empate técnico, com ligeira vantagem do primeiro -, mais cinco levantamentos sobre a queda de braço na cidade estão previstas para sair nos próximos dias. Entre quarta (16) e sexta (17), devem ser divulgadas duas pesquisas da Real Time Big Data e uma do Instituto Veritá. A partir do domingo (20), deve ser divulgada a da Potencial Consultoria, encomendada pela Rádio Metropole. Na segunda, será a vez de mais uma rodada da P&A.     

Clones opostos
Lideranças dos dois polos de poder na Bahia e empresários ligados tanto ao governo do estado quanto à prefeitura de Salvador acompanham com atenção o duelo entre dois Lucas pelo título do mais poderoso deles. Um é Lucas Cardoso, amigo de infância do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) e nome com trânsito livre nos altos escalões do Thomé de Souza. O outro é Lucas Reis, chefe de gabinete do senador Jaques Wagner. Tido hoje como eminência parda do PT baiano, Reis tem sido chamado de "trator" nos círculos governista pelo estilo de empurrar a vontade própria goela abaixo dos companheiros e pela sanha com a qual pavimenta seu caminho rumo à Câmara dos Deputados em 2026.        

Baía de poucos santos
Como se diz no anedotário da política, forças ocultas operaram para suspender a licitação de duas linhas de catamarãs entre Salvador e Vera Cruz, na Ilha de Itaparica. Os envelopes com as propostas seriam abertos nesta terça-feira (15), mas o negócio subiu no telhado após a Agerba publicar um aviso no mesmo dia interrompendo o pregão eletrônico. Segundo a assessoria da agência, que regula os transportes em nível estadual, a medida foi tomada pela diretoria colegiada da Agerba, após "questionamentos feitos à Comissão Permanente de Licitação" do órgão. Não disse o principal: quais seriam os tais questionamentos. No entanto, a versão que corre no setor de transportes é de que há gente com influência política interessada em dar um freio no processo licitatório.