Por acordo entre João Roma e Bruno Reis, PL terá espaço de destaque na prefeitura a partir de 2025

Membros do alto escalão do Palácio Thomé de Souza garantem que o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, será contemplado com pelo menos uma secretaria importante na futura equipe do prefeito reeleito Bruno Reis (União Brasil). De acordo com líderes da base aliada a Bruno, a cota faz parte do acordo firmado com o ex-ministro da Cidadania João Roma, presidente estadual do PL, para que a legenda aderisse ao palanque do prefeito na sucessão deste ano. O acerto com a sigla interessava duplamente ao União Brasil. A começar pelo tempo do PL na propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV, a maior entre todos os partidos. 

Gato escaldado
Entretanto, o fator que mais pesou no acordo que assegura uma vaga ao PL no andar de cima da prefeitura teve como pano de fundo impedir uma candidatura ligada ao bolsonarismo no páreo pelo comando de Salvador. Para os caciques da oposição ao PT, o ingresso de João Roma na disputa pelo governo do estado em 2022 é considerado um dos fatores que levaram à derrota de ACM Neto no confronto com o atual governador Jerônimo Rodrigues. À época, Roma teve aproximadamente 9%, o equivalente a 738 mil votos. Caso o ex-ministro tivesse ficado de fora, as chances de que Neto terminasse o primeiro turno à frente de Jerônimo  seriam bem maiores.

Ponto de interrogação
Até o momento, as fontes ouvidas pela coluna dizem não fazer ideia de qual pasta será ocupada pelo PL e nem se o partido indicará para o cargo um dos dois vereadores eleitos pela sigla este ano -  Alexandre Aleluia, que vai assumir o terceiro mandato, ou Cézar Leite, que entrou para a Câmara pela primeira vez em 2016, não conseguiu se reeleger em 2020 e agora retorna à Casa. Nesse caso, que se beneficiaria da nomeação de um vereador do PL seria o ex-deputado estadual Soldado Prisco, primeiro na fila dos suplentes.

Fora da lista
Na futura bancada de vereadores eleitos pelo PSDB, a bolsa de apostas do Thomé de Souza jogou poucas fichas na eventual indicação de um dos cinco tucanos reeleitos ou eleitos no último dia 6 de outubro: o presidente da Câmara Carlos Muniz, os veteranos Theo Senna, Cris Correia e Daniel Alves, além do novato Rodrigo Amaral. Com isso, será difícil acomodar o primeiro suplente do PSDB, o ex-vereador Felipe Lucas, aliadíssimo de ACM Neto. 

Contas em aberto
Até a noite desta segunda-feira, Kléber Rosa é o único dos três candidatos mais competitivos a prefeito da capital que já quitou todas as dívidas com prestadores de serviço na campanha. Segundo o sistema de prestação de contas do TSE, Kléber pagou os R$ 555 mil de gastos totais informados à Justiça Eleitoral. Já Bruno Reis e Geraldo Jr. estão com dívidas que somam, respectivamente, cerca de R$ 3,5 milhões e R$ 2 milhões.    

Obrigado, amigo urso
Coordenador-geral da campanha do vice-governador Geraldo Jr. (MDB) a prefeito da capital, o vereador licenciado Henrique Carballal foi visto  semana passada nos corredores da Câmara Municipal fazendo piada com a derrota do aliado, que terminou a corrida eleitoral em terceiro lugar, abaixo do candidato do Psol, Kléber Rosa. Perguntado sobre o paradeiro de Geraldinho, como o emedebista é mais conhecido, Carballal respondeu com sarcasmo do mais puro: "Que Geraldinho?". Teve gente que testemunhou a cena e achou o extremo da trairagem.  

Divisão de bolo
A Propeg e a Bahia Comunicação venceram a disputa interna entre as quatro agências de publicidade que dominam a conta da prefeitura de Salvador e vão dividir duas cobiçadas campanhas este ano. A primeira, dirigida pelo publicitário Fernando Barros, ficou com a do Novembro Salvador Capital Afro, série de shows e eventos de arte e cultura voltados a celebrar o Mês da Consciência Negra . A segunda, chefiada por Paulo Vianna, tio do ex-prefeito ACM Neto, ficou com a campanha do Igressar, curso público preparatório para o Enem criado pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude.  

Briga de titãs
Gigante no setor de pigmento fabricados à base de dióxido de titânio, a Tronox (antiga Tibrás) venceu um round importante na batalha travada contra fabricantes chineses, a quem acusou junto à Secretaria Nacional de Comércio Exterior (Secex) pela prática de dumping - termo usado quando uma empresa exporta para o Brasil um produto a preço muito abaixo daquele que pratica para o produto similar em seu mercado interno. O que, pela legislação em vigor, prejudica a indústria nacional. Instalada na Estrada do Coco, próximo ao luxuoso condomínio Interlagos, a Tronox é a única fabricante de pigmentos derivados de dióxido de titânio no Brasil e pediu à Secex que abrisse investigação contra os concorrentes chineses. No último dia 8, o órgão que regula a exportação e importação no Brasil enxergou indícios de dumping e autorizou a continuidade da apuração.