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Novas costuras de Elmar mantêm sobrevida da candidatura à presidência da Câmara, garantem aliados

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Por Jairo Costa Júnior

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Novas costuras de Elmar mantêm sobrevida da candidatura à presidência da Câmara, garantem aliados

Apesar do fim da aliança com Lira, baiano ganha adesão entre integrantes do bloco do PT e apoio de parte do centrão

Novas costuras de Elmar mantêm sobrevida da candidatura à presidência da Câmara, garantem aliados

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Por: Jairo Costa Jr. no dia 11 de outubro de 2024 às 10:55

Aliados do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) que integram a bancada do estado na Câmara garantem que a candidatura dele à presidência da Casa continua viva e ganhou competitividade nos últimos dias, em razão de movimentos recentes feitos pelo parlamentar baiano. Embora reconheçam que Elmar foi pego no contrapé com a súbita retirada de apoio por parte do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que de surpresa anunciou o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos) como seu candidato, integrantes da tropa de Elmar garantem que as articulações do parlamentar, especialmente junto ao PT, deram novo fôlego a ele na corrida pela sucessão de Lira.

Frente ampla
Lideranças do União Brasil consultadas pela coluna afirmam que Elmar se mantém como candidato preferencial do partido, que sozinho tem cerca de 60 deputados. "Ele ainda conta com apoio de uma parte dos parlamentares do centrão, sobretudo na bancada do PL, a maior da Casa, e vem ganhando a simpatia da federação formada por PT, PCdoB e PV. Só aí são mais 80 votos. É verdade que a guinada de Lira em favor de Hugo Motta tirou força dele, mas não a ponto de desidratá-lo. E em breve teremos notícias que podem dar um bom gás a Elmar", ponderou um dos principais parceiros do baiano, em tom de mistério. 

Questão de palavra?
"Há um aspecto que os analistas políticos e líderes de bancada não estão colocando na conta. Muitos deputados já haviam hipotecado apoio a Elmar. Há favores caros que ele fez, e isso não se dissipa da noite para o dia. Caso Elmar amarre o apoio do bloco liderado pelo PT, pode compensar o baque que recebeu desde o fim da aliança com Lira", avaliou outro deputado próximo ao parlamentar do União Brasil. 

Mudança de ares
Entre os apoiadores de Elmar, é voz corrente que, apesar da força que Artur Lira tem junto ao numeroso baixo clero da Casa, a expectativa de poder já não corre mais em direção ao alagoano, justamente porque o mandato dele está chegando ao fim. "Esse aspecto não pode ser excluído da contabilidade", acrescentou outro deputado ligado a Elmar.

Teoria da conspiração
Em meio às articulações conduzidas a pouco menos de quatro meses pela presidência da Câmara, há deputados da bancada baiana que veem com desconfiança o rompimento entre Artur Lira e Elmar Nascimento. Para estes, o fim da aliança não passa de jogo de cena para assegurar o apoio a Elmar dos quadros da bancada governista mais leais ao Planalto, que não engolem Lira.

Toque de retirada
Já a corrida pelo controle da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) ficou completamente aberta diante do resultado do primeiro turno. É o que creem deputados estaduais da base aliada ao Palácio de Ondina. O mau desempenho da esposa, Denise Menezes, na briga com o grupo de Elmar Nascimento em Campo Formoso reduziu a capilaridade do presidente da Alba, Adolfo Menezes (PSD). Mesmo com a vitória na PEC que permite sua recondução para o terceiro mandato à frente da Casa, aprovada em março de forma por 56 dos 63 deputados, a avaliação é de que a vitória maiúscula do irmão de Elmar, Elmo Nascimento (União Brasil), reeleito para a prefeitura de Campo Formoso, tirou dele poder de fogo na disputa pela Assembleia.

Análise comparativa
Para se ter ideia, Elmo Nascimento derrotou a então prefeita da cidade do norte baiano, Rose Menezes (833), irmã do presidente da Alba, por uma diferença de apenas 833 votos em 2020. Este ano, o clã Menezes perdeu o duelo para os Nascimento por um saldo negativo bem maior. Mais precisamente, 12.263 votos. O que, em tese, demonstra a consolidação dos arquirrivais de Adolfo Menezes em seu reduto político de origem. 

Caminhos futuros
Em conversas com a coluna, parlamentares da bancada governista asseguram que Adolfo só tentará a segunda reeleição se tiver clareza absoluta de que soma apoio majoritário da base. O que colocaria a oposição no colo dele por osmose política e praticamente selaria sua reeleição. A bolsa de apostas, no entanto, caminha em outra direção. Em linhas gerais, os prognósticos indicam que o próximo presidente da Alba também virá do PSD, mas que a deputada Ivana Bastos é quem está subindo na fila. Basta apenas, asseguram, acertar o tema com o senador Otto Alencar, cacique-mor do partido.

Água no carvão
Além do revés do vice-governador Geraldo Jr. (MDB) em Salvador, duas três derrotas do PT baiano no domingo passado foram colocados diretamente na conta de trapalhadas cometidas pelos principais cardeais petistas. Em Ilhéus, a decisão de peitar o escolhido do prefeito Marão Alexandre (PSD), Bento Lima, e lançar a ex-secretária estadual de Educação Adélia Pinheiro (PT) devolveu a cidade para o mapa da oposição com a vitória do empresário Valderico Júnio (União Brasil).

Falha de execução
A segunda lambança provocada pela cúpula do partido custou o comando de Jacobina, o maior e mais importante município do Piemonte da Chapada. Nesse caso, o erro do PT foi impedir a candidatura da dentista Mariana Matos, até então a maior liderança do partido na cidade, em apoio ao atual prefeito, Tiago Dias (PCdoB), cuja performance acumulava altos índices de desaprovação. Com isso, Mariana migrou para o PSB e entrou no ringue. Mesmo sem ajuda dos antigos aliados, saiu de lá com 13 pontos percentuais a mais que Dias, mas 14 abaixo de Valdice Castro (PMB), esposa do ex-prefeito Leopoldo Passos, cacique da oposição em Jacobina. Valdice havia sido convocada às pressas para substituir o marido após a Justiça Eleitoral confirmar sua inelegibilidade.                         

Alvo duplo
Internamente, a derrapada em Ilhéus é imputada ao líder do governo na Alba, Rosemberg Pinto (PT). Isso porque o deputado estadual foi o articulador da candidatura de Adélia Pinheiro e gastou saliva para convencer o governador Jerônimo Rodrigues de que a vitória da petista era líquida e certa, mesmo com o racha na base. Já o final infeliz em Jacobina foi considerado obra e graça do próprio Jerônimo.