Ligado ao União Brasil, ex-chefe do Dnocs na Bahia é intimado em investigação sobre irregularidades no órgão

Ex-chefe do Departamento Nacional de Obras contra a Seca na Bahia (Dnocs) e ligado ao União Brasil, o advogado Lucas Maciel Lobão Vieira foi intimado a apresentar, em até 15 dias, defesa no processo disciplinar a que responde por suspeita de prevaricação quando esteve à frente do órgão vinculado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. De acordo com o órgão, a intimação foi feita por meio de edital porque Lucas Lobão se encontra "em local incerto e não sabido". Embora o caso tramite sob sigilo, fontes do Dnocs informaram à Metropolítica que o processo tem origem em uma investigação preliminar deflagrada pela Corregedoria do órgão para apurar indícios de irregularidades na compra de equipamentos destinados a elevar a oferta de água em dezenas de municípios baianos afetados pela seca, sobretudo, na zona rural.

Fio da suspeita
Em 2021, Lucas Lobão foi afastado do comando do Dnocs no estado, após a Controladoria-Geral da União (CGU) detectar sobrepreço estimado em pelo menos R$ 192 milhões na aquisição de reservatórios de água fabricados em polietileno. Segundo relatório de auditoria concluído pela CGU em 2020, os elementos colhidos durante a apuração apontaram potencial risco de prejuízo aos cofres públicos. O que levou o diretor-geral do Dnocs, Fernando Leão, a suspender o contrato e o consequente afastamento do chefe do departamento na Bahia.

Amigo dos amigos
Antes de assumir o cargo no Dnocs, Lucas Lobão foi chefe de gabinete de Alexandre Aleluia (União Brasil) na Câmara Municipal de Salvador e assessor parlamentar do pai do vereador, o ex-deputado federal José Carlos Aleluia, responsável por sua indicação para a chefia do órgão durante o governo Michel Temer (MDB). Lobão também ocupou postos de segundo e terceiro escalões durante as duas gestões do ex-prefeito João Henrique (PL) na cota destinada pelo Palácio Thomé de Souza ao antigo DEM, rebatizado de União Brasil após se fundir ao PSL.

Fora da lista
A disputa pela prefeitura de Vitória da Conquista foi colocada em segundo plano pela cúpula do PT nos planos do partido para as eleições nas dez maiores cidades do interior. Do modo reservado, líderes petistas atribuem a decisão às dificuldades para alavancar a candidatura do deputado federal Waldenor Pereira. A avaliação dos cardeais do PT é atestada por pesquisas de consumo interno encomendadas por legendas da base aliada ao governador Jerônimo Rodrigues e pela oposição, cujos resultados a coluna teve acesso. 

Ajuste de foco
Todos os levantamentos mostram a atual prefeita Sheila Lemos (União Brasil) e a vereadora Lúcia Rocha (MDB) consolidadas, respectivamente, em primeiro e segundo lugares. A avaliação é de que será difícil levar Waldenor Pereira ao segundo turno em Conquista. Com isso, a sigla achou melhor concentrar esforços em candidatos de grandes municípios onde tem chances reais de vencer: o deputado federal Zé Neto em Feira de Santana; o ex-prefeito Luiz Caetano em Camaçari; e o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano de Lauro de Freitas Antônio Rosalvo, escolha pessoal da prefeita da cidade, Moema Gramacho.

Acordo de paz
PSD e PT apararam as arestas em Itapetinga, no Sudoeste baiano, e decidiram se unir na batalha pela prefeitura do município, que havia virado palco de um duelo de foice entre os dois maiores partidos da coalizão governista. Lá, a ex-primeira-dama Cida Moura (PSD) conseguiu convencer o vereador João de Deus (PT) a desistir do páreo e aceitar a vaga de vice em sua chapa. O casório pode criar dificuldades para Eduardo Hage (MDB), tio do prefeito Rodrigo Hage e representante do mais tradicional clã político de Itapetinga.

Bem na fita
Em números absolutos, a Bahia ocupou o topo do ranking entre os estados nordestinos que apresentaram o maior saldo positivo de postos de trabalho com carteira assinada em junho. Segundo o novo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a diferença entre admissões e desligamentos contabilizados no período foi de mais 8.899 vagas formais preenchidas. Na sequência, aparecem Pernambuco (+8.022), Ceará (+7.620), Maranhão (+6.025), Rio Grande do Norte (+4.533), Paraíba (+3.420), Piauí (+2.914), Alagoas (+2.686) e Sergipe (+1.821).