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Invasão de redutos, 'roubo' de obras de colegas e balcão de negócios dominam disputa para vereador na capital

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Por Jairo Costa Júnior

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Invasão de redutos, 'roubo' de obras de colegas e balcão de negócios dominam disputa para vereador na capital

Ex-integrante da Câmara e candidato pelo União Brasil, Alberto Braga é o principal alvo de queixas na base aliada a Bruno Reis

Invasão de redutos, 'roubo' de obras de colegas e balcão de negócios dominam disputa para vereador na capital

Foto: Leonardo Lima/Metropress

Por: Jairo Costa Jr. no dia 31 de julho de 2024 às 19:14

A disputa por uma vaga na Câmara Municipal de Salvador virou palco de guerra fratricida, vale-tudo e balcão de negócios entre integrantes da base do  prefeito Bruno Reis (União Brasil). Em conversas reservadas com a coluna, vereadores alinhados ao Palácio Thomé de Souza reclamaram duramente da postura de parte dos colegas de bancada acusados de arrombar a cerca dos próprios aliados em busca de votos. O que inclui usurpar a paternidade de obras e projetos, com direito a retirar faixa de outros vereadores para colocar a dele no lugar. Um dos principais alvos de queixas é o ex-vereador Alberto Braga, que migrou do Republicanos para o União Brasil em abril, quando voltou à fila dos suplentes após o vereador Luiz Carlos (Republicanos) deixar a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas para retomar o mandato na Câmara.

Dedo no olho e puxão de cabelo
"Além de ter que enfrentar uma turma nova querendo tomar o lugar dos atuais vereadores, quem já tá lá não quer largar o osso de jeito nenhum. Alguns agem como se estivessem no ringue. É candidato comprando liderança de outro, retirando faixa dos colegas e se apropriando de realizações que tiveram origem em pedido de outros. Um horror", disparou um influente quadro da base do prefeito. "Agora mesmo Alberto Braga partiu para cima da obra de um aliado. O cara já exerceu mandato quatro vezes e faz um papelão desse. Aí não dá. Tem espaço para todo mundo. E o prefeito tem que abrir o olho. Essas disputas dentro do próprio grupo não dão certo", desabafou outro membro da bancada da prefeitura, ao cobrar intervenção de Bruno Reis para frear a batalha campal no arco de alianças do União Brasil.

Trator por cima
De acordo com vereadores ouvidos pela Metropolítica, a lista de reclamações inclui ainda Roberta Caires (PDT). "Nesse caso, o pior é que a invasão de terreno tem o patrocínio direto do ex-prefeito ACM Neto, que estabeleceu como meta pessoal reeleger Roberta, mesmo que isso signifique tomar redutos de aliados históricos", confidenciou um cardeal do União Brasil. Cris Correia (PSDB) e Sandro Bahiense (PP) também aparecem com frequência na relação de invasores do quintal dos vizinhos. "Esse jogo de tomar espaço sempre existiu. Mas este ano virou briga de rua, sem respeito a nenhuma regra", emendou.

Galinha gorda
Fora o vale-tudo eleitoral, o apoio de líderes comunitários transformou a corrida pela Câmara Municipal em um balcão aberto de compra e venda, onde leva quem tiver mais dinheiro para oferecer. "O assédio ficou enorme. Eu mesmo fui procurado esses dias por uma liderança de bairro que esteve comigo em todas as eleições passadas que disputei. O cara disse que um candidato a vereador, prefiro não revelar quem, ofereceu uma quantia a ele que eu não tinha como cobrir. Só não o perdi porque havia conseguido acomodar gente da cota dele em cargos na prefeitura", contou um dos integrantes mais experientes da base aliada a Bruno Reis. 

Feira do rolo
O mercado de cabos eleitorais abriu brechas para trapaças. "Com tanta procura, tem liderança que negociou o apoio para dois ou três candidatos, mas só vai entregar o que prometeu a um. Este ano há quem faça até venda casada, oferecendo junto a adesão de um influenciador digital com milhares de seguidores no TikTok e no Instagram, geralmente filho ou sobrinho. Está uma loucura. Virou feira livre. Aqueles sem muito dinheiro para a campanha tendem a ficar para trás", relatou um vereador que vem enfrentando dificuldades para manter antigos parceiros nos bairros da cidade.

Mais do mesmo 
O TCE marcou para a próxima terça-feira (06) o julgamento das contas do governador Jerônimo Rodrigues (PT) relativas a 2013, sob relatoria de Antônio Honorato, tido como o mais flexível dos conselheiros do tribunal. Embora o relatório feito pelos auditores de controle externo da corte de contas do estado só esteja disponível após a conclusão da análise pelo plenário do TCE, a Metropolítica apurou que a tendência é aprovação com ressalvas e recomendações, como tem sido praxe nas últimas três décadas.