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Empresário da Bahia é citado em inquérito contra Bolsonaro sobre venda de joias de alto valor

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Por Jairo Costa Júnior

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Empresário da Bahia é citado em inquérito contra Bolsonaro sobre venda de joias de alto valor

Casado com irmã de Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente, Estevão Avillez tem nome apontado em documentos apreendidos pela PF

Empresário da Bahia é citado em inquérito contra Bolsonaro sobre venda de joias de alto valor

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Por: Jairo Costa Jr. no dia 24 de julho de 2024 às 19:43

Atualizado: no dia 24 de julho de 2024 às 20:59

Um empresário da Bahia aparece entre os personagens citados no chamado inquérito das joias, instaurado pela Polícia Federal (PF) para apurar a negociação ilegal de bens de luxo que pertencem à Presidência da República, mas tiveram os valores obtidos com a venda supostamente desviados para o patrimônio pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro. Trata-se de Estevão de Borba Avillez, descrito pela PF como um dos diretores da Go Daddy, maior registradora de domínio do mundo, embora ele não apareça no quadro de dirigentes informados pela companhia em sua página na internet. Apesar de residir hoje em Ontário, no Canadá, Avillez tem como endereço declarado junto às autoridades brasileiras um apartamento do Conjunto dos Bancários situado na rua Elisário Silveira Andrade, Stiep. 

Fio de suspeitas
Cunhado do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema de vendas de joias e relógios de alto valor oferecidos de presente para o Brasil pelo governo da Arábia Saudita, Eduardo Avillez aparece 15 vezes nas mais de duas mil páginas que compõem o inquérito. Em um trecho do relatório da PF, cujo sigilo foi retirado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início deste mês, constam cinco folhas de papel escritas à mão apreendidas na casa do pai do ex-ajudante de ordens, o general Mauro Cesar Lourena Cid, em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. No documento manuscrito, consta o endereço residencial do empresário da Bahia no Canadá como destino de remessas não identificadas pelos investigadores. 

Caso ou acaso
Antes, Eduardo Avillez, que chegou a ter um pet shop no Stiep entre 2014 e 2016, fez parte da lista de 73 autoridades, amigos e parentes que, entre maio e junho do ano passado, visitaram Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, para onde foi levado após ter a primeira prisão decretada por envolvimento no caso das fraudes de cartões de vacinação contra a covid-19. Registros do setor de imigração do Ministério da Justiça apontam que o empresário retornou ao Canadá em 8 de agosto de 2023. Curiosamente, foi a mesma data em que o pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro apagou todas as conversas mantidas no WhatsApp até então.

Clubinho do milico
Ainda de acordo com a PF, Eduardo Avillez fazia parte do "GT Mauro Cid", grupo de WhatsApp criado pelo tenente-coronel e composto também por dois advogados responsáveis pela defesa do militar - Bernardo Fenelon e Raíssa Frida Isac. O relatório não inclui o empresário na lista de indiciados pela venda das joias e nem cita provas de que ele teria participado do esquema. No entanto, a ação feita para ocultar provas por meio de diálogos mantidos com ele e apagados nos aplicativos de trocas de mensagem despertou as suspeitas dos investigadores sobre o possível envolvimento de Avillez no caso. 

Tiro de largada 
Até o momento, o Podemos e a federação formada pelo PSDB e o Cidadania foram os únicos partidos que registraram candidatos em Salvador, segundo o sistema do Tribunal Superior Eleitoral. O Podemos já colocou no páreo 44 concorrentes à Câmara Municipal. Entre eles, o vereador Randerson Leal, filho do deputado estadual Roberto Carlos (PV), e o advogado João Cláudio Bacelar, filho do deputado federal Bacelar, que migrou para o PV na janela partidária de 2022, mas ainda possui controle sobre parte da antiga legenda. A federação PSDB-Cidadania também inscreveu 44 candidatos, incluindo o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Muniz, e os outros três integrantes da bancada tucana na Casa: Cris Correia, Daniel Alves e Theo Senna.

Individual e intransferível
A escolha do empresário Flávio Santana (União Brasil) para ocupar a vaga de vice na chapa do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), passa longe do cessar-fogo entre os dois partidos, que entraram em rota de colisão diante da quebra de acordos relativos à sucessão municipal em grande colégios eleitorais do interior. Especialmente, Ilhéus e Paulo Afonso, conforme noticiado pela Metropolítica. Na verdade, foi fruto de uma decisão pessoal. Santana faz parte do círculo de aliados leais de Cocá, que optou por colocar alguém de sua extrema confiança no posto.

Cortina de fumaça
Nos corredores do Tribunal de Justiça da Bahia, o duelo velado entre dois desembargadores influentes pela indicação ao cargo de ministro do STJ é considerado o pano de fundo para recentes investidas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o tribunal estadual. O que inclui a correição extraordinária determinada pelo corregedor do CNJ, Luiz Felipe Salomão, e a hipótese de intervenção do órgão no Judiciário baiano.