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Desistência de Jabes Ribeiro gera corrida por apoiadores do ex-prefeito de Ilhéus e embola disputa na cidade

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Por Jairo Costa Júnior

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Desistência de Jabes Ribeiro gera corrida por apoiadores do ex-prefeito de Ilhéus e embola disputa na cidade

Pepista deixou páreo após pré-candidato do União Brasil descumprir acordo para forma uma frente ampla da oposição ao PT

Desistência de Jabes Ribeiro gera corrida por apoiadores do ex-prefeito de Ilhéus e embola disputa na cidade

Foto: Reprodução

Por: Jairo Costa Jr. no dia 16 de julho de 2024 às 13:05

Atualizado: no dia 16 de julho de 2024 às 13:18

A saída do ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP) da disputa em Ilhéus provocou uma corrida pelo apoio do pepista entre os três principais pré-candidatos na cidade e embaralhou o jogo eleitoral no segundo maior município do sul da Bahia. Logo após Jabes formalizar a retirada do páreo na manhã de sábado (13), conforme antecipado pela coluna na quinta-feira (11), o advogado Bento Lima (PSD), nome escolhido pelo prefeito Mário Alexandre, a ex-secretária estadual de Educação Adélia Pinheiro (PT) e o empresário Valderico Júnior (União Brasil) iniciaram conversas com lideranças que integram a base de Jabes na tentativa de cooptá-los. Segundo apurou a Metropolítica, Bento Lima começou à frente na pescaria e já se reuniu com boa parte dos aliados do ex-prefeito, mas tanto Adélia quanto Valderico iniciaram uma maratona contra o relógio para reduzir a desvantagem.

Pote de mágoas
Oficialmente, Jabes Ribeiro ainda não anunciou apoio pessoal a nenhum dos três nomes, embora o PP tenha assegurado ao União Brasil o embarque no palanque de Valderico Júnior. Caso o ex-prefeito decida aderir à campanha do empresário por obediência às orientações do comando do partido no estado, do qual é secretário-geral, a tendência é que a participação dele seja apenas protocolar. Em conversas reservadas, interlocutores de Jabes consideram muito difícil que ele entre de corpo e alma na campanha de Valderico Júnior, a quem critica por ter descumprido um acordo firmado no fim de 2023. À época, ficou acertado que quem estivesse melhor nas pesquisas até o fim de junho, seria cabeça de chapa. Na terça-feira passada (9), o pré-candidato do União Brasil se negou a cumprir o pacto, mesmo aparecendo bem abaixo na última sondagem encomendada pela própria legenda.

Caminho pavimentado 
"Há uma revolta grande no grupo com Valderico. O sentimento é de que ele jogou sujo com Jabes, prometendo seguir o acordo para formar a tal frente ampla dos partidos de oposição ao governo do estado. Na última hora, apesar de pontuar menos, se negou a ocupar a vaga de vice e disse que sairia em voo solo. Isso é traição. Acho impossível que a maioria de nossa turma apoie Valderico, muito menos Adélia Pinheiro, que é um nome desconhecido na política aqui. Já vejo sinais mais claros de aproximação com o bloco do prefeito Marão. O fato é que, quem herdar os votos de Jabes, terá chances altas de ser eleito em Ilhéus", confidenciou um dos aliados mais próximos ao ex-prefeito.

Nariz torcido
Antes de anunciar a desistência, Jabes Ribeiro teve um encontro decisivo com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Vice-presidente nacional do União Brasil e fiador do acordo com Valderico Júnior, Neto teria demonstrado insatisfação com a recusa do correligionário em ocupar o posto de vice na frente ampla da oposição em Ilhéus. "Neto disse, inclusive, que se Jabes quisesse manter o nome, negaria a legenda para Valderico, mas ele não aceitou, por achar que só teria possibilidade de vencer com a chapa unificada", afirmou um dos líderes oposicionistas que participaram da reunião.   

Andar de cima
Diante do cenário embolado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), convocou o prefeito de Ilhéus para uma conversa em Brasília na noite de segunda-feira (15). No gabinete de Rui, Marão e a esposa, a deputada estadual Soane Galvão (PSD), reclamaram dos ataques que vêm sofrendo do PT e da oposição feroz feita pela pré-candidata do partido contra eles. Alegaram que a atual gestão encontrou a prefeitura em caos financeiro, passaram oito anos para arrumar a casa e não seria justo entregá-la agora a um nome com o qual não possuem qualquer relação política e que sequer morava na cidade até este ano. Lembraram ainda que, no município, ambos encabeçaram a campanha para eleger o governador Jerônimo Rodrigues e o presidente Lula, enquanto Adélia Pinheiro se manteve distante de lá na sucessão de 2022. O chefe da Casa Civil prometeu intervir junto à ex-secretária de Educação para frear a sanha da petista e garantiu neutralidade na batalha em Ilhéus.

Acerto de contas
O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou a ex-prefeita de Candeias Maria Maia a indenizar os cofres públicos em R$ 1,32 milhão, mais juros e correções monetárias, por causa de irregularidades no uso de repasses destinados pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional para obras na cidade em 2009 e 2010. Ao mesmo tempo, o TCU também puniu a ex-prefeita com multa de R$ 338 mil. Entre 1992 e 2012, período em que governou a cidade da Região Metropolitana de Salvador por duas vezes, Maria Maia foi a mais dura opositora da também ex-prefeita Tonha Magalhães e chegou a ter o mandato cassado em 2012 pelo Tribunal Superior Eleitoral, após receber doações de uma pessoa morta na campanha de 2008. Contudo, perdeu protagonismo no município em meio a sucessivas denúncias por supostos desvios de verbas.

Duelo em avanço
O desembargador Mário Alberto Simões Hirs, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ), notificou o prefeito de Brumado, Eduardo Vasconcelos (PSB), para que se manifeste na queixa-crime ajuizada em 18 de junho pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), contra ele. O processo foi movido no rastro de declarações em que Vasconcelos acusa os deputados estaduais de serem "vendidos", durante entrevista concedida à imprensa em 16 de março deste ano. "As graves ofensas proferidas contra o querelante (Menezes) são capazes de abalar o equilíbrio psicológico e a credibilidade, ultrapassando, inclusive, qualquer limite estabelecido pela normal rivalidade política", diz um trecho da ação por calúnia e difamação assinada pelo criminalista Adolfo Venet Lima, contratado pelo presidente da Alba para tocar a ofensiva judicial.

Alvo duplo
Membros da equipe da pré-campanha de Bruno Reis (União Brasil) estão convictos de que o principal adversário do prefeito, o vice-governador Geraldo Jr. (MDB), vai concentrar a artilharia em duas frentes, na tentativa de desgastá-lo. A primeira é despejar ataques às falhas no sistema BRT, alvo de críticas pela subutilização, sobretudo, a distância que boa parte dos moradores de bairros assistidos pela rede de ônibus expresso precisa percorrer para chegar a uma das estações construídas nas três linhas em operação. A segunda tem origem no avanço do concreto sobre áreas verdes da capital.