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Subtenente preso em Salvador por integrar a Abin Paralela já teve a casa vasculhada pela PF em janeiro

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Por Jairo Costa Júnior

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Subtenente preso em Salvador por integrar a Abin Paralela já teve a casa vasculhada pela PF em janeiro

Com Giancarlo Rodrigues, foi encontrado computador de espionagem usado para abastecer Carlos Bolsonaro com informações

Subtenente preso em Salvador por integrar a Abin Paralela já teve a casa vasculhada pela PF em janeiro

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 12 de julho de 2024 às 13:44

Atualizado: no dia 12 de julho de 2024 às 13:53

O militar do Exército preso pela Polícia Federal na quinta-feira (11) em Salvador sob a acusação de integrar a Abin Paralela do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia sido alvo de busca e apreensão em 29 de janeiro deste ano. Trata-se do subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues, que foi assessor do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de 2019 a 2022, pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro e homem de confiança da família Bolsonaro. 

Rede de intrigas
À época, Giancarlo Rodrigues teve o imóvel onde reside na capital baiana vasculhado por agentes da PF, durante a quarta fase da Operação Última Milha. Deflagrada no início deste ano, a ofensiva tem como foco investigar o uso ilegal da estrutura e da tecnologia da Abin para espionar adversários do ex-presidente. A lista inclui políticos influentes, ministros do Supremo Tribunal Federal, dirigentes de órgãos públicos e jornalistas.

Filhinho do papai
Na residência do subtenente em Salvador, a PF encontrou um computador da Abin equipado com ferramentas de inteligência e monitoramento por geolocalização supostamente utilizado em ações de espionagem clandestina. Investigadores da Última milha suspeitam que o militar usava o aparelho para repassar informações privilegiadas e dados sigilosos a Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente e vereador do Rio de Janeiro pelo Republicanos.

Espião no exílio
Quando começaram a surgir rumores sobre a existência da Abin Paralela, Giancarlo Rodrigues foi transferido para Salvador pelo alto escalão do Exército em agosto de 2023, mas só se apresentou ao comando da 6ª Região Militar em setembro. Antes, estava cedido à Abin, onde sua esposa é agente de carreira. A suspeita é de que o subtenente tenha usado o supersoftware espião FirstMile a serviço da família Bolsonaro. Desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, o programa permite monitorar até dez mil celulares por ano.  

Inversão de valores
Coube ao único bolsonarista puro-sangue da bancada baiana na Câmara, o deputado Capitão Alden (PL), o voto solitário contra a PEC da Anistia, disparate que isenta partidos por desvios e mau uso do Fundo Eleitoral cometidos até aqui e reduz a cota para negros nas legendas. Outros nove não deram as caras no plenário: Elmar Nascimento e Paulo Azi (União Brasil), Alex Santana (Republicanos), Ricardo Maia (MDB), Raimundo Costa (Podemos), Bacelar (PV), Roberta Roma (PL), Félix Mendonça Júnior (PDT) e Zé Neto (PT). Todos os outros 29 parlamentares da Bahia endossaram a proposta.

Todo mundo em pânico
O clima de paranoia, que já tinha crescido diante de vazamento de informações sigilosas, tomou conta de vez do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) desde que a Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ anunciou, na última terça-feira (09), uma correição extraordinária na corte. A medida, anunciada no mesmo dia em que foi deflagrada uma nova etapa da Operação Faroeste, atinge também os gabinetes da presidência e das corregedorias do TJ. A atmosfera de desconfiança é tão grande que desembargadores graduados passaram a usar uma expressão bastante conhecida nos corredores do poder em Brasília para descrevê-la: "Estamos no tempo em que vaca não conhece bezerro".