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Metropolítica
Por Jairo Costa Júnior
Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder
Impasse sobre postos de comando emperra instalação do Conselho de Ética da Alba
Falta de interessados em comandar colegiado e relatar processo de cassação contra deputado suspeito de chefiar milícia barra avanço dos trabalhos
Foto: Divulgação
Uma semana após a bancada governista apresentar a lista de nomes indicados para compor o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o colegiado responsável pelos processos de cassação na Casa ainda não foi instalado e nem tem data definida para o início dos trabalhos. Entre parlamentares da base aliada e da oposição, o atraso se deve a impasses em torno do nome que vai presidi-lo. Até o momento, nenhum dos oito titulares indicados ao conselho, sendo cinco da maioria e três da minoria, se mostrou disposto a assumir a tarefa. Segundo apurou a Metropolítica, não houve sequer a reunião agendada para a tarde de segunda-feira (15), quando seriam definidos os postos de comando no colegiado.
Batata quente
Deputados consultados pela coluna afirmam que a escolha do presidente não é o único e muito menos o principal motivo para o atraso na instalação do Conselho de Ética. O maior entrave, garantem, é a dificuldade em achar um parlamentar interessado em ocupar a relatoria do processo que pode levar à cassação do deputado Binho Galinha (PRD), acusado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Estado de chefiar uma milícia envolvida em extorsão, agiotagem, receptação de mercadorias roubadas e lavagem de dinheiro oriundo do jogo do bicho em Feira de Santana e cidades vizinhas.
Prejuízo por tabela
Aliados do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) estão convencidos de que o recente tiroteio verbal entre o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pode prejudicar as costuras do baiano para substituir o alagoano na disputa pela direção da Casa, marcada para fevereiro do ano que vem. Candidato ungido por Lira, Elmar atua intensamente para obter o apoio dos partidos que integram o arco de alianças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso. Em especial, do PT, com quem iniciou desde o início de março um trabalho de aproximação.
Efeito colateral
Os ataques feitos publicamente por Arthur Lira contra Alexandre Padilha e a defesa incondicional de Lula ao ministro responsável pela articulação política do governo federal no Parlamento colocam em xeque a estratégia montada por Elmar Nascimento para liquidar a fatura e abrem espaço para que o Palácio do Planalto embarque em um nome que não faça parte da tropa de choque do atual presidente da Câmara. A saída para neutralizar os riscos, destacam deputados da bancada da Bahia, seria provar que lealdade e submissão a Lira são coisas bem diferentes.
Operação Maracugina
Integrantes do núcleo-duro do Palácio Thomé de Souza tentam convencer o prefeito Bruno Reis (União Brasil) a agir menos com o fígado e mais com o cérebro diante das críticas ao avanço do concreto sobre áreas verdes de Salvador e aos problemas causados pelas chuvas na cidade. Para tanto, argumentam que as últimas reações do prefeito ante a ofensiva dos adversários foram em tom acima do ideal e podem ser traduzidas como excesso de nervosismo incompatível para quem quer passar confiança ao eleitorado de que adotou as ações corretas voltadas a prevenir e mitigar os efeitos provocados pelos temporais ou de que está empenhado em proteger o meio ambiente da sanha do mercado imobiliário.
Em nome de Jesus
Lideranças que gravitam a órbita do Palácio de Ondina não escondem as insatisfações com o loteamento da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri) para apaniguados do deputado federal Pastor Sargento Isidório, do Avante, mesmo partido do chefe da pasta, o ex-deputado Wallison Tum. Desde o ano passado, Tum vem sendo forçado a exonerar gente da cota pessoal para acomodar auxiliares de Isidório em cargos de confiança, boa parte em áreas que exigem conhecimento especializado sobre agropecuária. A queixa é de que os técnicos nomeados para funções de gestão ou assessoramento agora estão em menor número na Seagri que os quadros ligados à Fundação Jesus, entidade assistencial com foco em dependentes químicos criada por Isidório em Candeias.
Mais do Avante
Após perder a boquinha como secretário parlamentar do deputado federal Neto Carletto (PP) no rastro da série de agressões cometidas em uma festa na orla da Barra no início de março, quando foi acusado também de atacar um PM, o advogado Felipe de Sena Argolo Veiga foi defenestrado da Executiva Estadual do Avante, partido dirigido na Bahia pelo ex-deputado federal Ronaldo Carletto, tio do parlamentar do PP. Na nova composição da legenda disponibilizada pelo site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Veiga não aparece mais como secretário-geral da sigla. Seu lugar foi ocupado pelo ex-deputado estadual Pablo Barrozo (ex-PSDB), que deixou o grupo encabeçado pelo União Brasil e entrou para a aliança partidária liderada pelo PT.
Enigma da luz
Executivos que atuam no cobiçado mercado de concessões públicas estranharam a pauta do evento organizado pela Coelba para lançar o plano de investimentos da companhia controlada pelo Grupo Neoenergia relativo aos próximos quatro anos, marcado para a tarde de quarta-feira (17), no Centro de Convenções de Salvador. Isso porque, embora a proposta se estenda até 2028, a concessão sobre geração, transmissão, distribuição e fornecimento de energia elétrica no estado vence antes, mais precisamente em 2026.
Luz de fundo
Das duas, uma, apostam empresários do setor: ou os donos da Coelba têm plena convicção de que o contrato será renovado com a chancela do andar de cima do governo estadual ou resolveram investir a maior soma de toda a história para reduzir a pressão política pela troca de concessionária, fruto de décadas de queixas sobre a qualidade dos serviços prestados aos consumidores pela subsidiária do conglomerado espanhol Iberdrola e do baixo aporte de recursos destinados a expandir a oferta de energia, sobretudo, para a cadeia industrial e o agronegócio.
Chocolate amargo
Com o preço recorde da tonelada de cacau no mercado internacional, cuja cotação beirou os US$ 11 mil na segunda-feira, pequenos e médios produtores do sul do estado pediram socorro a parlamentares que possuem base eleitoral na região para garantir maior segurança no campo. O apelo tem como estopim relatos de furto de cacau em fazendas que entraram na mira da bandidagem atraída pelo alto valor do produto.
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