Appio, juiz afastado da Lava-Jato, identificou "indícios de ilegalidade" no acordo da Odebrecht e MPF

O juiz Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba e do cargo de titular da Operação Lava Jato, afirmou ter identificado "indícios de ilegalidade" no acordo de leniência entre a Odebrecht e o Ministério Público Federal (MPF), que foi assinado pelo ex-juiz Sérgio Moro em 2017.

Seis dias antes de ser afastado do posto de titular da Lava Jato na última terça-feira (16), Appio sinalizou que o acordo entre a empreiteira e o MPF é "potencialmente ilegal porque foi idealizado e assinado entre quatro paredes e sem a participação da União (maior interessada no caso)".

Além disso, o juiz quebrou o sigilo do processo e enviou ofícios a respeito de sua suspeita ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Polícia Federal e à Corregedoria Nacional de Justiça, argumentando que os materiais coletados por ele sobre o acordo "podem merecer investigação de órgãos competentes".

Em resposta às acusações, Moro afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que o acordo homologado por ele entre a Odebrecht e o MPF não possui irregularidades. O hoje senador do União Brasil também acrescentou que, em 2017, o processo recebeu a aprovação do órgão superior do Ministério Público Federal.